Após três horas na sede da Delegacia  Fazendária, o ex-governador Silval Barbosa (PMDB), deixou a unidade da Polícia Civil e declarou que não conhece ou mantém vínculos com o empresário Willians Paulo Mischur, que revelou  nas últimas semanas detalhes quanto a um esquema de pagamento de propinas na gestão Silval, registrado no período de 2011 a 2014.

​“Aqui todo mundo que mente fala que deu dinheiro para mim. Se ele nem me conhece. Aqui tudo que falam é verdade”, afirmou ao deixar a Defaz acompanhado de agentes prisionais e sua defesa. 
 
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Pálido, visivelmente mais magro, ele afirmou aos jornalistas que nunca manteve nenhuma reunião com empresários em seu apartamento no bairro Jardim das Américas, área nobre da capital. “Não convido nem mesmo secretários, imagina um empresário”.  A  negativa deve-se a divulgação de informações de que as negociatas para o pagamento do ‘esquema’ foram efetuadas após uma reunião no domicílio de Barbosa.

Durante o depoimento ao delegado Lindomar Tóffoli, que preside  o inquérito, Silval disse que preferiu manter-se em silêncio já que ao ler o material documentado constatou que o inquérito já foi concluído.

"Cheguei aqui e vi que o inquérito está concluso não tem o porquê depôr...A gente acompanha do presídio e pela imprensa, o que se passa. Eu vi do presídio..., ele falou no inquérito que já está fechado - que tinha corrupção desde o governdo (Blairo) Maggi. Achei estranho. No inquérito não vi ninguém dos outros governos", declarou.

Ainda aos jornaslistas afirmou que considera estranha a falta de informações quanto a procedência e emprego da quantia de R$ 1 milhão. O montante foi localizado na casa de Willians, há cerca de 15 dias, durante cumprimento de mandado de busca durante a segunda fase da Sodoma. 

"Dizem que acharam um milhão em dinheiro vivo e nem perguntaram para que era esse dinheiro. Se eu estou preso, estou fora do governo, há mais de um ano e pouco.. para quê esse dinheiro? Eu vou falar em juízo porque o inquérito estaá fechado. Acho estranho, esse dinheiro..."

Silval Barbosa foi preso em 15 de setembro de 2015 na primeira fase da operação Sodoma, que apura um esquema de venda de incentivos fiscais. Em fevereiro passado apareceu nas investigações de um esquema de venda e recompra de um terreno durante sua gestão que teria causado danos ao erário público no valor de R$ 7 milhões.
 
Na terça-feira, 22, uma nova ordem judicial foi expedida. Dessa vez,  ele foi apontado pelo empresário Willians Paulo Mischur como sendo beneficiário de um esquema que pagou ao longo de 2011 a 2014, propinas mensais no valor de R$ 600 mil a R$ 700 mil.
 
Mischur atuava com o segmento de análise de créditos para empréstimos consignados a servidores públicos.