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Sexta-feira, 03 de maio de 2024

Notícias | Informática & Tecnologia

Empresa de "FarmVille" admite retenção de doação ao Haiti, mas nega golpe

A empresa norte-americana Zynga, responsável pelo game "FarmVille", enviou hoje e-mail em resposta às reportagens publicadas ontem (2) na Folha, de que a empresa reteve parte das doações ao Haiti, o que fez de duas diferentes formas. Veja íntegra do comunicado da empresa.


Na mensagem, assinada pela porta-voz da Zynga, Shernaz Daver, a empresa confirma que reteve 50% das doações feitas ao Haiti no ano passado.

Apesar de negar "golpe", a empresa não conseguiu negar que induziu os internautas a pensar que doavam dinheiro para as vítimas do terremoto neste ano, quando na verdade estavam apenas adquirindo a moeda usada no jogo (veja imagem).

A carta da Zynga comprova ainda que o dinheiro virtual (FV$) comprado com dinheiro real pelos jogadores, na campanha pós-terremoto, só beneficiaria aos haitianos se ela fosse integralmente investida em milho branco.

No entanto, como a campanha tinha duração limitada, era impossível às pessoas que doaram mais de US$ 10, por exxemplo, conseguir direcionar toda a moeda adquirida para os haitianos, conforme publicado .

A Zynga também confirma (como já o fizera anteontem por e-mail) assim que somente 50% dos recursos obtidos pelas campanhas de 2009 pelo Haiti foram revertidos de fato para o país. Deste modo, no ano passado foram obtidos US$ 2,4 milhões em doações, mas US$ 1,2 milhão ficou com a empresa, o que ela considera "procedimento comum".

Para entender o caso

O game Farmville tem quase 80 milhões de usuários no mundo --por volta de 20% do total de usuários da rede de relacionamentos Facebook.

No Brasil, o aplicativo é o mais popular entre usuários dessa rede social: 1,125 milhão de pessoas estiveram no jogo em janeiro (por volta de 15% dos usuários brasileiros do site), de acordo com dados do Ibope.

Em janeiro último, dias após o terremoto do Haiti, surgiu um ícone em FarmVille que, ao ser clicado, convidava os jogadores a doar US$ 10, US$ 20, US$ 30 ou US$ 40 para as vítimas. A janela ainda perguntava: "Quanto você quer doar?". E então surgiam opções para se gastar US$ 10, US$ 20, US$ 30 ou US$ 40. Após efetuar o pagamento com cartão de crédito, o jogador descobria que não estava contribuindo diretamente com o Haiti, e sim comprando o dinheiro virtual do jogo.

O dinheiro comprado não tinha vínculo algum com o Haiti de fato. Se quisesse contribuir com as vítimas, aí sim o internauta teria de iniciar plantações e colheitas de milho branco virtual (a popular canjica), e somente o que fosse plantado e colhido é que seria enviado ao Haiti.

A Zynga afirma que doou "100% do plantado em milho branco nos primeiros cinco dias da campanha. A empresa não informou quanto arrecadou nos 11 dias seguintes, e o que ocorreu como esse dinheiro. Quem comprou US$ 40 em FV$, por exemplo, jamais conseguiria gastar o total, porque a campanha tinha duração preestabelecida, e não haveria tempo para contribuir com os FV$ 240 adquiridos.

A sobra de FV$, após dez dias de colheita, só poderia ser usada novamente no jogo --comprando bens, animais e ou decorações virtuais para as fazendinhas. A porta-voz da empresa nega esta informação, mas a Folha Online a confirmou, efetuando a doação (compra) máxima.
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