A medicina regenerativa é uma área inovadora e promissora que visa transformar a evolução habitual das doenças e lesões, permitindo que o corpo humano se cure e regenere por si mesmo. Com foco na reparação e regeneração de tecidos danificados é uma abordagem que tem o potencial de melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Ela difere um pouco do tratamento tradicional que muitas vezes se concentra no alívio dos sintomas ou na substituição de órgãos doentes por meio de transplantes. A medicina regenerativa busca ativar o próprio potencial de regeneração do corpo, utilizando uma variedade de opções, como por exemplo:

Terapia por ondas de choque:  trata-se de um aparelho moderno que dispara mais de 3 mil impactos na área acometida gerando os fenômenos responsáveis pela melhora da dor, tonificação da musculatura, regeneração tecidual, aumento da produção de colágeno e redução da inflamação.

Magnetoterapia: realizada através de um pequeno túnel onde é colocada a área afetada e é produzido um campo eletromagnético causando efeitos biológicos no organismo que têm por objetivo reduzir a dor e inflamação e aumentar a regeneração tecidual e consolidação óssea.

Viscossuplementação : infiltração de ácido hialurônico na articulação ou peritendões que tem como objetivos reduzir a dor e o processo inflamatório; reduzir ou interromper a evolução do desgaste; lubrificar e nutrir as estruturas; aumentar a capacidade de absorção de impactos da articulação.

Proloterapia: ou terapia proliferativa, é a aplicação de substâncias dentro da lesão para que haja um estímulo à cicatrização ou regeneração.

Ortobiológicos: é separado do sangue do próprio paciente, através de um processo de centrifugação, células (ex. células tronco) que têm como objetivo promover a regeneração ou a cicatrização de lesões teciduais por meio da ação reparadora destas células, da liberação de fatores de crescimento, do controle da resposta inflamatória e do estímulo na formação de novos vasos sanguíneos.

Dry needle: também chamada de agulhamento a seco. É a realização de microperfurações no local para também estimular o processo regenerativo.

A medicina regenerativa tem demonstrado um enorme potencial de aplicação na ortopedia, abrindo novas possibilidades de tratamento para uma variedade de condições musculoesqueléticas. Essas aplicações visam acelerar a recuperação e a regeneração dos tecidos danificados, procurando melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes. A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia criou recentemente uma comissão interna específica para discutir terapias e ações nessa área. Algumas das principais aplicações na ortopedia incluem:

Lesões de Tendões e Ligamentos;
Fraturas e Lesões Ósseas;
Artrose e Osteoartrite;
Lesões da Coluna Vertebral;
Osteonecrose;
Lesões Esportivas, entre outras.
 
Embora a medicina regenerativa ofereça muitas esperanças, ainda enfrenta desafios significativos. A pesquisa clínica rigorosa e ensaios clínicos bem projetados estão sendo realizados para garantir a segurança e eficácia dessas abordagens.

Conforme seu avanço, é possível que se torne uma parte essencial do arsenal terapêutico, permitindo tratamentos mais eficazes e menos invasivos para uma ampla variedade de condições médicas.


Dr. Fellipe Valle é médico ortopedista, traumatologista, com especialização em cirurgia de ombro e joelho, ortopedia regenerativa, e membro da SBOT-MT