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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Juntos, Xbox One, PS4 e iPhone 5S custam 80 dias de trabalho no Brasil

Não só pelas novidades tecnológicas, os videogames da nova geração Xbox One e PlayStation 4 e o smartphone iPhone 5S prometem ficar durante muito tempo na memória do consumidor. O brasileiro tem que trabalhar 80 dias sem gastar um único real se quiser juntar dinheiro suficiente para levar os três aparelhos para casa.

O cálculo foi feito a pedido do G1 pelo economista Samy Dana, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com os dados tabulados pelo professor, se o consumidor optar pelo iPhone 5C no lugar do 5S, tem a carga horária necessária para comprar os aparelhos aliviada em sete dias .

A relação dos dias trabalhados pelos brasileiros fica mais ressaltada quando comparada ao necessário para comprar os mesmos produtos em outros países. O norte-americano tem de trabalhar apenas cinco dias, seis horas e 19 minutos para fazer as aquisições.

Para chegar aos resultados, o economista utilizou a renda média dos dois países, medida pelo PPP (Poder de Paridade de Compra, na sigla em português), e a média de horas trabalhadas.
No Brasil, o PPP é de US$ 11,4 mil e as horas médias, de 1,9 mil; nos EUA, de US$ 48,9 mil e de 2 mil. O brasileiro perde duas vezes, diz. “A gente ganha muito menos e os produtos custam muito mais aqui”, afirma.

35 dias e contando
Os preços do Xbox One e PlayStation 4 vendidos no Brasil são notadamente os mais caros do mundo. O G1 fez um levantamento em todas lojas on-line da Apple de 39 países que vendem o iPhone 5S. Os resultados mostram que o novo smartphone top de linha da empresa vendido no país também é o mais caro, custa a partir de R$ 2,8 mil, ou US$ 1.170, US$ 971 a mais do que o preço cobrado pela versão analisada nos EUA, a de 16 GB desbloqueada.
“A gente é um país pobre, então a gente ganha mal perto de qualquer país desenvolvido”, diz Dana. “A gente já tem o PlayStation mais caro do mundo, o iPhone mais caro do mundo, o que, ponderado pelo salário menor, deixa a coisa um absurdo”, completa.
Os preços dos videogames, principalmente o do PlayStation 4, já foram alvo da indignação dos jogadores brasileiros, o que levou a Sony, fabricante do console, a se manifestar. Ao G1 a empresa afirmou que chega a perder dinheiro com as vendas do aparelho por R$ 4 mil no país.
Para comprá-lo, porém, o brasileiro tem de dedicar 35 dias, uma hora e 41 minutos de trabalho. Nos EUA, esse esforço cai para dois dias, uma hora e 12 minutos – o preço por lá também é menor, de US$ 400. Nos EUA, o Xbox One, vendido pela Microsoft por US$ 500, é o aparelho que demanda mais dias de trabalho: dois dias, cinco horas e sete minutos. No Brasil, onde é vendido por US$ 2,3 mil, são 20 dias, uma hora e 55 minutos.
Caros
“Por que os preços são tão caros? têm várias explicações”, diz Dana. “Primeiro, a carga tributária. A gente tem impostos muito altos. A alíquota média de um produto é 36,5%, às vezes, ultrapassa 60%”, comenta. A Sony argumentou que 63% do preço final do PS4 advém da carga tributária.
As causas continuam. “A gente tem um blecaute logístico. Então, tudo, para transportar, para chegar, é mais caro, mais difícil. A gente tem uma pequena competição, não tem acesso a muitos produtos, não são todas as empresas que estão no Brasil. E, por fim, mas não menos importante, as margens de lucro das empresas no Brasil são maiores. Todos esses fatores deixam o produto naturalmente mais caro”, conclui.
O último balanço da Apple não revela as dados da empresa específicos para o Brasil, mas aponta que a margem da companhia caiu no terceiro trimestre de 2013, dos 40%, registrados um anos antes, para 37%.
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