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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Violência

Mais de 60 mil assassinatos de jovens poderão acontecer até 2013

O Estudo Mapa da Violência 2011, do Ministério da Justiça, apresentou estatísticas alarmantes com relação aos índices de assassinatos no Brasil, especialmente na população jovem de 15 a 24 anos.

O Estudo Mapa da Violência 2011, do Ministério da Justiça, apresentou estatísticas alarmantes com relação aos índices de assassinatos no Brasil, especialmente na população jovem de 15 a 24 anos. Por este estudo somente no ano de 2008 aconteceram 18.321 homicídios em jovens, representando uma média de 52 homicídios a cada 100 mil jovens brasileiros. Em 1998 foram 15.284 óbitos de jovens por assassinato e essa média foi crescendo. Em uma projeção rápida, seguindo as mesmas médias, entre 2011 e 2013 serão mais de 60 mil jovens assassinados.*


Em 2009 um estudo do Observatório de Favelas já havia revelado que 45% das mortes de adolescentes de 12 e 18 anos ocorrem por homicídio. O Estudo do Observatório de Favelas apontou também que o risco de ser assassinado é 2,6 vezes maior para adolescentes negros em relação aos brancos, o que demonstra a relevância da dimensão racial para a compreensão do quadro de violência do Brasil. Além dos dados de assassinatos, outros índices referentes à juventude preocupam. Segundo estudo do IPEA (2008), entre adolescentes de 15 a 17 anos apenas 48% estão matriculados no ensino médio e 18% estão fora das escolas, enquanto apenas 13% de jovens entre 18 a 24 anos têm acesso ao ensino superior.

Esta realidade de violência tem provocado na CESE – Coordenadoria Ecumênica de Serviço a necessidade de contribuir para a promoção de políticas públicas voltadas para a juventude. Em sua linha estratégica de apoio a movimentos populares a CESE tem financiado ações de combate à violência em todo o Brasil. Nesta linha estratégica de defesa de direitos de jovens, adolescentes e crianças, em abril de 2011 a CESE lançou a chamada de projetos “Mobilizando Recursos Locais”, que visa apoiar financeiramente propostas de projetos que beneficiem esse público em qualquer região do Brasil. A chamada faz parte do Programa CESE Ação para Crianças que trabalha com a metodologia da “Dupla Participação”, dobrando recursos levantados pela própria instituição proponente do projeto, ou seja, se a organização proponente fizer uma ação local de mobilização de recursos e arrecadar R$ 1.000 a CESE dobra o valor, cedendo outros R$ 1.000 para serem aplicados em um projeto social.

Para se inscrever na chamada a instituição ou grupo de voluntários deve enviar seu projeto social, descrevendo também uma proposta de mobilização de recursos junto à comunidade, como bingos beneficentes, rifas, bazares, jantares. O valor máximo por projeto será de R$ 8 mil, sendo R$ 4 mil previstos para serem levantados pelo grupo e R$ 4 mil da CESE. As inscrições são aceitas até o dia 30 de maio somente pela internet – o formulário e as orientações estão disponíveis no site www.cese.org.br.

As áreas prioritárias para apoio nesta chamada são: combate à violência, geração de renda, preservação ambiental, educação, cultura, lazer, saúde, segurança alimentar e nutricional, acesso à água, habitação e meio ambiente.

Apoiar projetos sociais para a CESE é uma prática antiga. Desde a sua fundação em 1973 mais de 9 milhões de pessoas já foram beneficiadas em 10 mil iniciativas apoiadas pela CESE. O apoio à juventude tem se consolidado na instituição a partir da leitura das estatísticas que revelam ser os jovens – sobretudo homens e negros – as principais vítimas da violência.

Para Rosana Fernandes, assessora de projetos da CESE, os movimentos de juventude têm apoio do governo federal para algumas políticas públicas, mas não para todas. Entre as políticas desenvolvidas pelos governos Rosana destaca a consolidação das políticas de cotas para estudantes negros e indígenas egressos das redes públicas de ensino, o PROUNI – Programa Universidade para Todos - que oferece bolsas de estudos em escolas particulares de nível superior.

“Na contramão dessas políticas inclusivas, há o aumento da violência urbana dada a baixa capacidade do governo em se contrapor ao crime organizado, com destaque para o narcotráfico e a cultura discriminatória e militarizada da atuação policial nas periferias das grandes cidades. As mortes diárias de jovens negros nos bairros de Salvador, especialmente nos subúrbios, por exemplo, expressam esta realidade” comenta a assessora, que acompanha o Projeto Juventude Cidadã, desenvolvido com redes de jovens do subúrbio de Salvador.

Com a chamada “Mobilizando Recursos Locais” a CESE espera beneficiar projetos para a juventude, adolescência e infância em todas as regiões brasileiras. A chamada de projetos faz parte do programa de apoio a projetos CESE Ação para Crianças, que existe desde 2007. Ao total já foram beneficiados mais de 20 mil crianças e adolescentes, totalizando cerca de R$ 425 mil enviados aos projetos aprovados.
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