O Fórum Cível de Curitiba reabriu nesta segunda-feira (30), depois de ficar fechado por três dias úteis consecutivos (a partir do dia 24 de maio). Pessoas sentiram tremores no prédio, o que levou a presidência do Tribula de Justiça decidir pela suspensão “por questões psicológicas”, informa ao G1 o juiz diretor João Luiz Manasses de Albuquerque Filho. Nos três dias de interrupção é possível que mais de 150 audiências tenham sido canceladas. Caberá a cada vara reagendar.

Na última sexta-feira (27), um laudo encomendado à Universidade Federal do Paraná garantiu que a edificação não corre risco de cair por questões estruturais. As vibrações foram associadas ao intenso tráfego de veículos na Avenida Cândido de Abreu e a obras próximas. O impacto do bate-estacas, nesse último caso, é transmitido pelo solo. Mas, segundo o documento, não há dano.

As “questões psicológicas” diziam respeito ao risco de pânico. “Já pensou se nos dias em que se falava de tremores alguém saísse correndo e gritando? Daí, sim, a gente ia ter um problema. (...) [Fechamos] não porque o prédio ia cair. (...) Uma pessoa chegou a me dizer ‘olha, a direção mandou interditar’, mas, curioso, eu sou o diretor e não tinha ficado sabendo’”.

De acordo com Albuquerque Filho, o número de funcionários do Fórum varia de 850 a 900 e as pessoas que passam lá diariamente são mais de cinco mil. Ao todo, 21 varas funcionam em 11 andares.

Se por um lado o prédio não vai cair, por outro ele está apertado e a questão é “conhecida e reconhecida pelo Tribunal [de Justiça] e pelos juízes”. Apesar do crescimento da cidade, o lugar é do mesmo tamanho há 30 anos.

Em julho do ano passado, o juiz presidiu uma comissão de avaliação do judiciário de primeira instância no estado, a pedido da Associação dos Magistrados do Paraná. O resultado descreveu as condições incompatíveis de atendimento à comunidade.