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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

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'Vou pedir desculpas ao meu colega', diz um dos autores de bullying em MS

Foto: Divulgação

'Vou pedir desculpas ao meu colega', diz um dos autores de bullying em MS
Na manhã desta terça-feira (7), o promotor da Vara de Infância e Juventude, Sérgio Harfouche, ouviu mais dois adolescentes envolvidos na prática de bullying contra um colega de 13 anos, em uma escola pública de Campo Grande. Os adolescentes, que prestaram depoimento acompanhados dos pais, confirmaram as ameaças e a extorsão de dinheiro do colega e afirmaram estar arrependidos.


“Eu vou pedir desculpas ao meu colega e também aos meus pais pelo que fiz. Sei que eles não mereciam estar passando por essa vergonha”, afirmou um dos adolescentes, de 14 anos.

Os dois meninos ouvidos pelo promotor estudavam na mesma classe da vítima. Ao todo, seis adolescentes estão envolvidos nas práticas de bullying e extorsão de dinheiro do colega de classe.

“Eu fiz isso porque fui na ideia dos meninos. Quando a gente ameaçava ele ou pedia dinheiro estávamos sempre juntos, em grupo. Eu não tenho nada contra ele e estou arrependido por ter feito isso”, justificou o outro adolescente.

O jovem informou ainda que o grupo usava o dinheiro da vítima para tomar sorvete, comprar bonés e também para comprar créditos para máquinas de jogos eletrônicos.

A mãe do jovem, que não quis ter o seu nome identificado, afirmou que não tinha conhecimento sobre as ações do filho.

“Eu só fiquei sabendo de tudo quando fui acionada pela polícia. Eu tenho três filhos, uma que é mais velha e já trabalha e nunca imaginei que passaria por isso”, contou ela.

Medidas
De acordo com Harfouche, os dois adolescentes também cumprirão medidas disciplinares e educacionais na escola em que cometeram as práticas de bullying, assim como o primeiro agressor identificado. Além disso, os pais de um deles terão que devolver R$ 100 à vítima, e os pais do outro, R$ 250.

Durante três meses os adolescentes terão que ajudar em pequenas tarefas na escola, como por exemplo lavar a louça da merenda, ajudar na organização da biblioteca e lavar o pátio da escola. Eles também vão receber aulas extras sobre bullying, e no final do período, deverão apresentar um trabalho sobre o tema.

O primeiro adolescente envolvido no caso começou a cumprir as medidas no final do mês de maio. A previsão é que os outros dois jovens ouvidos nesta manhã comecem a cumprir a medida já nesta semana.

Apesar da gravidade das ações dos adolescentes, o promotor informou que o caso será tratado como “indisciplina” e não como crime.

“Se eu internasse esses meninos em Unei, estaria destruindo a vida deles. A gente sabe que, infelizmente, o nosso sistema socioeducativo para os jovens não funciona como deveria. Por isso, eu decidi tratar esse caso como indisciplina ao invés de representar juridicamente contra eles. Essa é uma oportunidade única que eles terão para provarem que não são delinquentes”, explicou o promotor.

Ainda segundo o promotor, ou outros três adolescentes envolvidos no caso serão ouvidos no próximo dia 14. As penas aplicadas deverão ser as mesmas dos outros agressores.

Caso
A sequência de ameaças à vítima de apenas 13 anos começou há aproximadamente um ano. Para não apanhar na escola, o menino era obrigado a fazer tarefas para os agressores. Com o tempo, ele passou a comprar lanches no intervalo das aulas e, mais recentemente, começou a dar dinheiro. O estudante, segundo investigações policiais, já teria pago nesse período, cerca de R$ 1 mil.
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