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Sábado, 27 de julho de 2024

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‘Ele vai ser absolvido’, diz advogado do goleiro Bruno sobre júri popular

Um dia após a divulgação da data do júri de cinco réus envolvidos no processo sobre morte e desaparecimento de Eliza Samudio, a defesa do goleiro Bruno Fernandes disse ao G1, nesta terça-feira (9), ter convicção da absolvição do atleta. Para o advogado Ru Pimenta, o cliente não é culpado pelo sumiço da modelo. “Eu não tenho dúvida nenhuma que ele vai ser absolvido. Ele vai sair pela porta da frente, com o alvará no bolso”, afirmou Pimenta.


Nesta segunda-feira (8), o Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que Bruno, o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão - o Macarrão -, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos - o Bola - e as ex-companheiras do atleta Dayanne de Souza e Fernanda Gomes vão a júri popular no dia 19 de novembro no Fórum de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os outros dois réus envolvidos no caso, Elenilson Vitor da Silva e Wemerson Marques, também serão julgados em júri popular, ainda sem data definida pela Justiça.

O advogado Rui Pimenta disse que não pretende entrar com recurso contra a data definida pela presidente do Tribunal do Júri de Contagem, Marixa Fabiane Rodrigues. “Quanto mais rápido for o júri, mais rápido ele [Bruno] vai para a rua. A demora só aumentou a privação da liberdade dos réus, do Bruno, pelo menos”, alegou.

Pimenta ressalta que a linha de defesa apresentada pelos advogados do goleiro Bruno será simples. “Bruno não quis nem concordou com a morte da Eliza, ele foi traído, não soube escolher as amizades. E isso é fácil de provar nos autos”, pontuou o advogado, referindo-se à amizade entre o atleta e Macarrão. Ainda de acordo com o defensor, o goleiro terá cinco testemunhas de defesa no júri.

Questionado sobre a possível condenação de Macarrão e do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola –, Rui Pimenta respondeu que não poderia se posicionar, mas afirmou que estes réus teriam que “dar conta do corpo” de Eliza Samudio.

O advogado Leonardo Diniz, que representa Luiz Henrique Romão, defende a tese de negação de existência de crime. Ao G1, o defensor disse e que ficou satisfeito com a data do júri, mas pretende estudar a possibilidade de recorrer quanto ao número de testemunhas. Ele explica que, de acordo com a lei, para cada crime a defesa tem direito a apresentar cinco testemunhas. No caso de seu cliente, como são três crimes, o ideal seria ter 15, mas a juíza autorizou apenas cinco.

Já a defesa de Bola não pretende encaminhar recursos à Justiça e afirma estar preparada para o julgamento. Para o advogado Zanone de Oliveira Júnior , a expectativa para o júri é a de absolvição do ex-policial. “Não há provas novas, e as provas existentes são incongruentes”, argumentou. Segundo o advogado, pelos depoimentos, há indícios da participação de uma pessoa de apelido Bola no desaparecimento de Eliza Samudio. Entretanto, ele alega que esta pessoa não seria seu cliente, Marcos Aparecido dos Santos.

A advogada Carla Silene, que defende Fernanda Gomes, disse que ainda avalia o teor completo da decisão da juíza Marixa Fabiane Rodrigues, mas adianta que não pretende questionar a data do júri. A defensora não adianta as expectativas para o julgamento. “Os jurados é que vão decidir. Não tem como antecipar nenhum juízo”, avaliou. A advogada também se resguarda em relação à estratégia de defesa e diz que somente será apresentada no plenário do júri.

O G1 tentou entrar em contato com a defesa de Dayanne de Souza, que também vai a júri popular no dia 19 de novembro, mas, até a publicação desta reportagem, o advogado Francisco Simim não havia sido encontrado.

Entenda as acusações
O goleiro e o amigo Luiz Henrique Romão vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A Justiça havia atribuído as mesmas acusações a Sérgio Rosa Sales, que morreu neste ano, mas ele respondia ao processo em liberdade. Já o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Na fase de inquérito sobre o desaparecimento e morte de Eliza, Sales e outro primo do goleiro Bruno – Jorge Luiz Rosa, 19 anos – contribuíram com informações à polícia. Segundo a investigação, eles estiveram com Eliza no sítio do jogador, em Esmeraldas (MG). Jorge Rosa, que era adolescente na época do crime, cumpriu medida socioeducativa por participar de atos infracionais análogos a homicídio triplamente qualificado e a sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio, e foi liberado da punição em setembro de 2012, com 19 anos.

Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.

Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus foram pronunciados a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Para a polícia, a ex-namorada do jogador foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.

Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o garoto mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.

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