A Defensoria Pública ingressou hoje na Justiça de Sinop com pedido de prisão em flagrante do secretário de Estado de Saúde, Augustinho Moro, e o secretário de Saúde do município, Alberto Kinoshita.

O defensor Hugo Ramos Vilela argumentou no pedido que houve "descumprimento à ordem judicial e, por em tese, também estar praticando crime de homicídio doloso, por conduta omissiva, dentre outros delitos, como omissão de socorro".

A ordem judicial a que se refere Vilela foi dada no sábado (2) pelo juiz Mário Augusto Machado, para que a prefeitura e o governo do Estado providenciassem a remoção de uma criança de oito anos para uma Unidade de Tratamento Intensivo pediátrica, em Cuiabá.

O garoto está com dengue hemorrágica e encontra-se internado em uma UTI para adultos no Hospital Santo Antônio. Todavia, até hoje, às 12h, o menino não havia sido removido. O caso dele é considerado grave.

A Defensoria fixou multa diária de R$ 1 mil por descumprimento da liminar. Também determinou que o Ministério Público apure supostas condutas criminal e administrativa por parte dos dois secretários.

O secretário Kinoshita disse hoje que “o município está bancando os custos da UTI no Hospital Santo Antônio, mas que o garoto precisa mesmo ser removido para UTI pediátrica”.

Todavia, de acordo com o secretário, a Central de Regulação de Vagas do Estado informou hoje que não há vagas na capital.

O outro lado

A assessoria do secretário Augustinho Moro, por seu lado, alegou que a criança só espera aval médico para ser transferida a uma UTI pediátrica em Colíder, onde foi encontrada vaga disponível. Segundo a assessoria, Cuiabá argumentou estar com todas as vagas ocupadas.

Além disso, a SES garante ter fornecido toda assistência necessária à criança, a qual está internada em uma UTI para adultos enquanto aguarda aval para transferência.