O Tribunal do Justiça de Mato Grosso manteve a acusação contra os 14 acusados de um linchamento. O crime aconteceu em 1988 na cidade de Juara (709 km de Cuiabá). As vítimas eram três presos acusados de latrocínio. Após mais de 20 anos aos acusados ainda estão em liberdade.
Todos os 14 acusados irão responder pelo crime de homicídio triplamente qualificado praticado por três vezes. Eles serão submetidos a Júri Popular.
 
Os advogados de defesa dos acusados solicitaram que eles não fossem pronunciados e pleitearam a absolvição sumária. A defesa alegou à ausência de indícios de autoria suficiente a confirmação da decisão de pronúncia contra os réus. O relator do processo o desembargador Rui Ramos Ribeiro, esclareceu que pronúncia foi proferida por haver indícios suficientes a julgar procedente o juízo provisório de admissibilidade da culpa, o magistrado explica que nessa do processo existe a dúvida pela sociedade. Com isso, ressaltou a necessidade de encaminhar o processo ao Júri Popular, quem detém a competência constitucional para julgar os crimes dolosos contra a vida.
 
O crime

As três vítimas eram acusadas de ter cometido um latrocínio da cidade de Juara, em 1988. O latrocínio revoltou a população e por esse motivo os acusados foram encaminhados à cadeia pública da cidade de Porto dos Gaúchos (663 km de Cuiabá).
Conforme os autos os acusados organizaram uma caravana e se descolaram ao município vizinho. Chegando lá invadiram a delegacia e retiraram os três presos do local. Levaram os mesmo sob tortura até a cidade de Juara e realizaram um linchamento em praça pública. Durante a execução foi utilizado golpes de faca, facões, foices, marretas, machados, pedaços de paus e outros objetos, teriam assassinado de forma fria e cruel as vítimas. No total, pelos crimes cometidos foram denunciadas 59 pessoas. O crime bárbaro chocou a sociedade e foi destaque na mídia nacional.