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Sexta-feira, 28 de junho de 2024

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Tucanos vêem em gesto de Aécio tentativa de cacifar-se como vice e de pressionar Serra

Aliados do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), interpretaram, nos bastidores, a desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, em disputar à sucessão presidencial de 2010 como uma forma de pressionar Serra a declarar-se candidato. O governador paulista defendia que o presidenciável tucano fosse oficializado apenas em 2010.


O gesto de Aécio também teria, segundo o grupo pró-Serra, a intenção de cacifar o seu nome para a vice-presidência --já que até parlamentares de outros partidos de oposição saíram em campo defender a chapa puro sangue.

Na avaliação de interlocutores do governador paulista, Aécio não deixa a disputa, mas apenas ganha mais tempo para definir que rumo seguir, além de transferir para Serra toda pressão da pré-candidatura.

O novo líder do PSDB na Câmara, deputado João Almeida (BA), desconversa sobre as intenções de Aécio, mas reconhece que a chapa puro sangue é a preferência do partido. "Acho que [a chapa puro sangue] é uma chapa fortíssima. Não podemos ter chapa melhor. Mesmo entre partidos que estão nessa coligação, não vejo chapa mais forte", disse.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), reforça o discurso. Para ele, a chapa formada pelos dois tucanos impulsiona as chances do PSDB voltar ao Palácio do Planalto. "Ele fez isso em nome da unidade. Entendeu que o projeto do PSDB poderia se desidratar com a rivalidade."

Para João Almeida, a saída de Aécio abre espaço para o partido ampliar e consolidar alianças para a corrida eleitoral. "É uma decisão madura que o governador [Aécio] tomou, contribuindo para a solução da candidatura do PSDB, deixando a cargo do partido conduzir as articulações. Na mensagem que encaminhou ao partido, o governador diz que é importante buscar alianças. Ele diz isso não apenas para ele, mas para o partido. Com os dois pré-candidatos, isso não poderia se processar na busca de novos aliados", afirmou.

O governador de Minas anunciou hoje a desistência à pré-candidatura à Presidência, conforme antecipou o colunista Fernando de Barros e Silva, da Folha. Ao ler a carta endereçada ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, Aécio alertou para o perigo da eleição plebiscitária --defendida pelo PT.

Aécio também criticou a estratégia do PT de mostrar o país dividido entre ricos e pobres no último programa eleitoral veiculado em cadeia de TV.

"Devemos estar preparados para responder à autoritária armadilha do confronto plebiscitário e ao discurso que perigosamente tenta dividir o país ao meio, entre bons e maus, entre ricos e pobres. Nossa tarefa não é dividir, é aproximar. E só aproximaremos os brasileiros uns dos outros através da diminuição das diferenças que nos separam", diz ele na carta.
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