A OAB-DF (Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal) ingressou hoje na Câmara Legislativa do DF com mais dois pedidos de cassação de mandato de deputados distritais citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora, que investiga irregularidades no governo de José Roberto Arruda (ex-DEM). A entidade pede que a Casa investigue o deputado Roney Nemer (PMDB) e o suplente Berinaldo Pontes (PP), suspeitos de integrar o suposto esquema de pagamento de propina a aliados de Arruda na Câmara Legislativa.
Os dois são os dois últimos deputados citados no inquérito que têm o pedido de cassação apresentado à Câmara Legislativa pela OAB. Nas representações, a Ordem pede a cassação dos deputados e, caso isso não ocorra antes da análise do pedido de afastamento do governador José Roberto Arruda, que eles sejam declarados impedidos de votar no processo de impeachment.
Ao longo da semana, a OAB-DF ingressou com oito representações com o pedido de afastamento de deputados acusados de participação no esquema. Ontem, a entidade pediu a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra os deputados Rogério Ulysses (PSB), Aylton Gomes (PMN) e Pedro do Ovo (PRP) --que é suplente.
Além deles, a entidade também pediu a cassação dos deputados distritais Leonardo Prudente (DEM), que se afastou do cargo por causa da denúncia; Júnior Brunelli (PSC), corregedor licenciado; a líder do governo, Eurides Britto (PMDB), além dos deputados Benício Tavares (PMDB) e Benedito Domingos (PP)
Nemer e Pontes são citados no inquérito da Operação Caixa de Pandora como supostos recebedores de propina do esquema --conhecido como mensalão do DF. Ulysses e Pedro do Ovo são acusados de receber dinheiro do esquema ilegal. Os dois foram alvos dos mandados de busca e apreensão expedidos pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) na operação da PF. Gomes, por sua vez, é citado nas conversas como um dos deputados aliados de Arruda que teriam recebido dinheiro do esquema.
Os parlamentares foram flagrados por Durval Barbosa, ex-secretário de Relações Institucionais do governo Arruda, que fez a denúncia em troca de redução da pena na Justiça --já que responde a mais de 30 processos judiciais. Todos foram citados nas gravações de Barbosa. Alguns aparecem nas imagens recebendo dinheiro de Barbosa, ou rezando ao lado do responsável por delatar as irregularidades.
