O corregedor do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Manoel Ornellas de Almeida, notificou o juiz Marco José Martins de Siqueira, da Vara de Várzea Grande, para prestar informações sobre denúncia de suposto saque autorizado por ele para uma pessoa falecida há cinco anos. As retiradas chegam a R$ 8 milhões em favor de Olympio José Alves, falecido em 2005.

Conforme informações obtidas pelo Olhar Direto, o corregedor determinou o prazo de 5 dias para que o juiz Marco José Martins encaminhe a ata da audiência, os autos, o espelho do processo de execução e da medida cautelar correspondente.

O documento foi expedido no último dia 18, mas até agora não chegou ao gabinete do magistrado de Várzea Grande. Caso não seja devidamente encaminhado no prazo concedido, a Corregedoria do Tribunal deverá tomar medidas cabíveis como intimação.

O corregedor Manoel Ornellas iniciou a investigação após descobrir que uma sentença já havia sido proferida pela Justiça de Mato Grosso do Sul. O falecido Olympio José Alves "respondeu" a um processo de execução em 2007, dois anos após a sua morte, no valor de R$ 987 milhões. Aristides Martins e Tereza de Jesus Silva eram os autores da ação que tramitou na Vara Única de Anaurilândia (MS).
 
O processo foi despachado para o juiz Robson Celeste Candelorio, responsável pelo inventário de Olympio José Alves. No entanto, o corregedor-geral quer apurar a denúncia para identificar se o juiz foi induzido a erro ou de fato houve fraude. Há ainda suspeitas de que o grupo de advogados envolvido no saque milionário em Mato Grosso tenha sido beneficiado.