Desde quando o Brasil foi confirmado como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014, há quase dois anos, a população de Cuiabá vive em clima de expectativa e no aguardo que a cidade seja uma das 12 sedes escolhidas pela Fifa para sediar jogos. A euforia aumentou quando foi anunciado que uma das sedes seria no Pantanal. A partir daí, iniciou-se uma "guerra particular", com Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, que também almeja sediar a "Copa do Pantanal".

Políticos, empresários, esportistas e a população trabalham para que a cidade esteja preparada para ser uma das 12 sedes. O anúncio oficial deveria ter acontecido, ontem (20), mas foi transferido pela Fifa, ainda por motivos desconhecidos, para o final de maio próximo. O adiamento esfriou um pouco os ânimos da população cuiabana, mas não a certeza que em 2014 Cuiabá vai ser mesmo uma das 12 sedes.  

Há mais de 25 anos à frente da Fedederação Mato-grossense de Futebol (FMF), o presidente da entidade, Carlos Orione, conhece mais do que ninguém como funcionam as políticas internas da CBF e Fifa. Na noite de ontem, ele declarou  não ter dúvidas com relação à escolha de Cuiabá no anúncio das sedes, que acontecerá no final do mês de maio, nas Bahamas. 

"Na minha opinião, as possibilidades de Cuiabá ser escolhida são de 100 por cento, sem medo de errar", declarou o dirigente da FMF que não se abateu com o adiamento do anúncio que deveria ocorrer ontem, dia 20, em Zurique, na Suiça.
 
Em declaração ao site Copa no Pantanal (Copanopantanal.com.br), Orione observou que a Fifa não teve a intenção de provocar dúvidas e nem desanimar as cidades candidatas, quando transferiu a data do anúncio. "A entidade é muito séria e não cederia jamais a pressões políticas. A escolha será por questões técnicas e não políticas. A considerar isso, continuo com a mesma confiança de que seremos escolhidos. Quero advertir que a Fifa não aceita pressões em suas decisões". 

"Houve o adiamento porque a Fifa considera que precisa de mais tempo para avaliar melhor os projetos das 17 cidades candidatas brasileiras e assim evitar o que acontece hoje com a África do Sul, onde o atraso no cronograma de obras preocupa a entidade". 

Segundo Orione, Cuiabá continua firme no páreo e não houve mudanças sob o ponto de vista de ingerências políticas. No entanto, o dirigente adverte que Mato Grosso deve continuar seu trabalho sério na busca da subsede. "Temos que aproveitar esses dois meses para trabalhar a candidatura e reforçar a unidade política, mas preocupando para que não haja qualquer tipo de pressão, o que não será coerente", avisou. 

A movimentação de políticos em empresários para que Cuiabá se torne uma das 12 sedes continua na próxima semana.  Terça-feira (24 ), reúne-se o Forum Estadual do Turismo, que congrega organismos governamentais e empresas ligadas ao trade turístico de Mato Grosso. O ponto central das discussões do fórum será a estratégia a ser adotada até a decisão da Fifa e o que fazer para acolher as pessoas que para cá virão. 

A participação do políticos também é fundamental, já que "os adversários" também têm suas armas de pressão. Também na terça-feira, o Comitê Pró Copa no Pantanal tem uma reunião com toda a bancada de Mato Grosso no Congresso para pedir que ela mantenha  as gestões políticas junto aos órgãos governamentais e também juntoà CBF e ao comitê organizador, presidido por Ricardo Teixeira.