Depois de anunciar um ‘boicote’ por parte dos agentes prisionais contratados pelo Estado, o secretário de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), desembargador aposentado Paulo Lessa, avalia que a entrada de drogas e celulares em presídios de Mato Grosso pode ser atribuída à falta de efetivo e a corrupção entre os servidores.
Problema que, segundo o secretário, deve ser tratado com muito cuidado já que implica, inclusive, na ressocialização dos detentos. “A corrupção é algo difícil de conter e deve ser tratada com muito cuidado. Isso faz com que o detento se questione se quem está fora da grade é melhor ou pior que ele”, explicou Lessa.
Para o ex-desembargador, buscar melhorias para os detentos não é o suficiente, mas é preciso ‘cuidar de quem cuida dos presos’. Em um levantamento realizado pela própria secretaria foi constatado que parte dos agentes prisionais enfrenta problemas com depressão, álcool e até mesmo drogas.
“Muitos agentes prisionais estão em situação precária”, alertou o secretário ao anuncia a efetivação de 850 agentes prisionais aprovados no concurso público realizado pelo Governo do Estado, até o dia 31 de maio. Além da homologação dos aprovados, a secretaria também pretende ‘reciclar’ os servidores mais antigos.
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