Numa ação rápida da Câmara dos Vereadores, o prefeito de Várzea Grande, Murilo Domingos (PR), já assinou o ato de posse na tarde desta terça-feira (3), mas só retornará efetivamente ao trabalho na manhã de quarta-feira (4), quando se reunirá com os novos secretários que serão convocados às pressas pelo republicano. O encontro está marcado para as 9h.

Os vereadores da oposição, como Chico Curvo (DEM) e Isabela Guimarães (DEM), não estiveram na posse, mas defendem a união entre o Executivo e o Legislativo. Os democratas alegam a necessidade de haver harmonia para que a população não sofra mais com a instabilidade política da cidade.

Curvo enfatizou que precisa existir confiança entre os dois poderes e ressaltou a importância de se resgatar a cidadania do povo várzea-grandense. Na solenidade de posse dos secretários nomeados por Tião da Zaeli, o parlamentar chegou a afirmar que sente vergonha de ser vereador por Várzea Grande devido à crise pela qual passa a cidade.

“O povo não aguenta mais e precisamos trabalhar para resgatar a cidadania da cidade industrial, não pode parar a cidade, precisa haver confiança seja qual for o prefeito”, afirmou em entrevista ao Olhar Direto.

Apesar de defender o afastamento de Murilo e Zaeli até a conclusão dos trabalhos da Comissão Processante, Isabela Guimarães acredita que seja o momento de haver um entendimento entre o prefeito e vice, para buscar o apoio do legislativo e assim trabalhar juntos para melhorar a cidade.

“Deveriam ter deixado a comissão processante terminar os trabalhos e depois todos entrariam pela porta da frente de cabeça erguida, mas o juiz entendeu ao contrário e temos de acatar. Porém, neste momento, Várzea Grande tem de caminhar e não podemos ficar dessa forma. Zaeli deve entrar no entendimento e não pode mais continuar cada um administrando a cidade”, afirmou ao Olhar Direto.

Isabela presidiu a primeira Comissão Processante criada pela Câmara Municipal, que resultou no afastamento de 180 dias de Murilo e Zaeli no início de março, porém ambos recorreram à justiça para retornarem ao cargo.

O juiz da Segunda Vara de Fazenda Pública, José Luiz Lindote, anulou o ato de afastamento e a comissão, mas acatou o pedido do Ministério Público Estadual (MPE), em uma ação de improbidade administrativa, contra Domingos o que impediu o republicano de assumir o comando do paço municipal Couto Magalhães. A decisão foi revogada pelo desembargador do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Antônio Horário, nessa segunda-feira (2) e a posse ocorreu hoje.