Já está na cadeia o advogado suspeito de chefiar um esquema milionário usando dados bancários sigilosos de quem tinha dinheiro de indenizações para receber.

Carlos Alberto Martins foi preso. Houve confusão na chegada à delegacia de Lençóis Paulista. Segundo as investigações da polícia e do Ministério Público, ele chefiava um grupo de advogados, que comprava dados bancários sigilosos para entrar na justiça - com ações - para cobrar as correções de aplicações, em caderneta poupança, na década de 90.

A denúncia foi ao ar no domingo pelo Fantástico. Em telefonemas gravados com autorização da justiça, o advogado negocia informações sigilosas com César Mansani, um empresário de São Paulo. Numa das conversas, um veículo é colocado como forma de pagamento.

Carlos Alberto Martins - Naquele esquema lá você não pega uma perua?

César Mansani- Perua kombi?

Carlos Alberto Martins - É, uma perua kombi ela está na faixa de R$ 12 mil e a gente vê o restante pra te dar em dinheiro.

César Mansani- Está bom, tá fechado vai.

Antes de ser preso, Carlos Alberto Martins nos recebeu na casa dele. O advogado negou a compra dados bancários sigilosos. “Comprar dados não. Nós tivemos dados fornecidos. O César forneceu até dados pra nós de pessoas com endereço certo. Para reivindicar esse tipo de poupança tem que ter determinada limite de idade. Aí era mandada correspondência para as pessoas comparecerem”.

Doze pessoas estão sendo investigadas, todas em São Paulo. Mas o grupo também agia em outros estados, principalmente Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. O Ministério Público estima que o golpe rendeu cerca de R$ 20 milhões aos advogados.