O México anunciou hoje a lista dos cerca de 90 produtos americanos que terão aumento de tarifa, em represália à decisão de Washington de cancelar um programa para a livre passagem de caminhões mexicanos de carga pelos estados fronteiriços.

O Diário Oficial da Federação publicou a lista de produtos, que inclui frutas, sucos, vinhos, baterias e artigos de limpeza, entre outros, sobre os quais pesará um imposto de importação de entre 10% e 20%.

O decreto afirma que o cancelamento do programa piloto, assinado com os EUA em 2007, que estabelecia o livre trânsito pelas fronteiras de caminhões de cargas, evidencia a falta de uma "solução mutuamente satisfatória para a controvérsia em matéria de transporte" que era estabelecido pelo Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), vigente desde 1994.

Os Estados Unidos decidiram não alocar recursos este ano a esse programa que permitia o livre trânsito de caminhões das duas nações pela faixa fronteiriça, pelo qual o México exporta ao vizinho 70% de suas mercadorias.

Por isso, o Governo mexicano acrescenta no decreto que "é procedente suspender benefícios de efeito equivalente aos Estados Unidos, por isso se considera conveniente eliminar as tarifas preferenciais previstas pelo tratado".

Os produtos procedem de mais de 40 estados do país vizinho e representam um valor comercial de cerca de US$ 2,4 bilhões anuais.

O Governo do México disse na terça-feira que a medida não afetará a intensa agenda bilateral com os Estados Unidos e afirmou estar "na melhor disposição para trabalhar nas alternativas que possam se apresentar".

O presidente americano, Barack Obama, encomendou como uma prioridade à sua Administração que proponha um novo programa para a passagem de caminhões mexicanos.

Sem a aplicação do projeto sobre transporte de carga, os caminhões mexicanos têm restringido seu acesso a cerca de 20 milhas da fronteira (32 quilômetros), por isso as mercadorias requerem o uso de até três veículos diferentes.