O cacique Marvel Tsowonn Xavante foi condenado a 12 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão pelo assassinato do chefe do posto da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Água Boa (728 km de Cuiabá), Floriano Márcio Guimarães. A decisão do Conselho de Sentença foi proferida na noite desta quinta-feira (17). Apesar da condenação, o indígena deixou o prédio da Justiça Federal em liberdade.

O julgamento do cacique durou dois dias e agora ele deve aguardar a apreciação de um pedido de habeas corpus, que tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª região. Ao final do Júri a acusação chegou a pedir que o réu fosse mantido preso, porém a solicitação foi negada pelo juiz.

O júri popular foi conduzido pelo juiz da 5ª Vara Federal, José Pires da Cunha. Marvel foi condenado por matar Floriano no dia 26 de setembro de 2001, durante uma demarcação de terras.

Conforme a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), Floriano teria saído em seu veículo acompanhado do cacique Marvel e de outro índio, em direção ao município de Nova Nazaré, com o objetivo de realizar um trabalho de demarcação das terras beneficiadas pelo projeto Programa de Apoio às Iniciativas Comunitárias (Padic).

Depois de realizar o serviço, o servidor público federal foi degolado com um canivete pelo cacique indígena, na noite do dia 26 de setembro de 2001. Exames realizados no corpo da vítima ainda comprovaram que Floriano, possivelmente antes de ser degolado, foi duramente atingido com golpes nos dois lados do rosto e do tórax.