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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Turismo

Festival internacional celebra a sanfona no semiárido nordestino

Uma tempestade incomum para os padrões da caatinga varreu as vizinhas Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) nas horas que antecederam a abertura do 1º Festival Internacional da Sanfona, na noite de ontem (17).


Diante de um blecaute na maior mancha urbana do semiárido nordestino, carros de som saíram para anunciar o concerto gratuito do acordeonista italiano Mirco Patarini no teatro João Gilberto, em Juazeiro, nome que homenageia o rebento musical mais famoso da cidade. O pequeno teatro, que abriga não mais que 300 pessoas, lotou.

Mas o festival ainda não contagiou as duas cidades-sede. Por enquanto está restrito ao velho Grande Hotel de Juazeiro, às margens do Velho Chico, onde os convidados vão chegando, enchendo os salões e corredores de música e trocando ideias musicais, na completa informalidade. 

Quem quiser ouvir boas histórias, especialmente sobre Luiz Gonzaga e Sivuca, deve rumar para lá. Ontem, o pesquisador José Nobre, fundador do museu fonográfico Luiz Gonzaga, em Campina Grande, Paraíba, falou sobre o rei do baião e mostrou gravações raras. Hoje, às 19h, a palestra é sobre Sivuca, apresentada por sua filha única, Flávia Barreto, e pelo jornalista Fernando Gasparini.

A partir de amanhã (19), o festival ganha novos contornos. O mestre Dominguinhos está sendo esperado para hoje à noite. Vem de carro --já que se recusa a entrar num avião-- de João Pessoa, capital da Paraíba. E Elba Ramalho, a grande estrela da festa, chega amanhã, quando participa do show e gravação de DVD do ídolo local, o sanfoneiro Targino Gondim, idealizador e curador do festival, em apresentação para convidados no teatro João Gilberto.

O festival finalmente toma Juazeiro no final de semana, com apresentações campais e gratuitas de Elba, Dominguinhos, Renato Borghetti, as orquestras "sanfônicas" de Aracaju e Recife e outros sanfoneiros de diversas partes do Brasil. O evento ainda conta com oficinas durante o dia no teatro João Gilberto e exposições num shopping em Petrolina.

Independente
Em seu primeiro ano, o Festival Internacional da Sanfona conseguiu uma robustez rara em festivais independentes nascentes, graças ao patrocínio de duas grandes empresas, Natura e Petrobras. A ideia nasceu em 2005 como "Barca do Forró Ecológico", conforme conta Targino. Seria um evento itinerante e grandioso que aconteceria ao longo do rio São Francisco, mas acabou engavetado pois tornou-se inviável. O produtor soteropolitano Celso Carvalho abraçou o projeto, ajudou a formatá-lo e a viabilizá-lo, tendo como sedes fixas Juazeiro e Petrolina.

Nos próximos quatro dias, a promessa é mostrar as afinidades entre acordeão, harmônica, gaita, sanfona, pirrita e outros apelidos diversos pelos quais é conhecido Brasil afora o instrumento que é a razão do evento --além da "fisarmonica", nome italiano da sanfona de Mirco Patarini, que, apesar de prodígio, ainda não topou improvisar com o xaxado solto dos sanfoneiros locais.
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