A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente deverá encaminhar nesta sexta-feira (12) para a 7ª Vara Criminal de Teresina o inquérito que apura o caso de uma criança que contraiu HPV (Papilomavírus humano) após suposto abuso sexual. O padrasto da menina é o principal suspeito. As lesões nas partes íntimas da garota foram descobertas durante consulta ao pediatra.

De acordo com a delegada Marcela Lira, que preside o inquérito, o suspeito chegou a fazer um exame clínico no Instituto Médico Legal (IML), mas não foi comprovada a doença. A polícia solicitou que o padrasto da criança fizesse um exame laboratorial, mas ele não compareceu mais à delegacia.

“Como essa é uma doença que se manifesta periodicamente, quando ele esteve no IML não apresentou os sintomas e foi solicitado outro exame, mas como a própria Constituição já diz que ninguém é obrigado a produzir provas contra si, ele não fez esse exame laboratorial ainda”, disse a delegada.

Segundo Marcela Lira, a polícia não tem conseguido intimar o suspeito porque ele está desaparecido. “Não conseguimos mais localizar ele. Até sexta-feira se não conseguirmos intimar ele, vamos encaminhar o caso para a Justiça e caberá ao juiz levar ou não em conta o depoimento da mãe que relatou ter visto algumas verrugas no companheiro iguais a que a filha apresentou”, disse.

O Conselho Tutelar também está acompanhando o caso, que foi descoberto no início do mês passado durante consultas ao pediatra. De acordo com o conselheiro Djan Moreira, a criança está passando por atendimento psicológico no CREAS (Centro de Referencia Especializado em Assistência Social) e deu início a um tratamento na Maternidade Dona Evangelina Rosa.

“Estivemos semana passada na casa da família e vimos que a mãe tem cumprido todas as recomendações que foram feitas. Ela deixou a residência em que vivia com o companheiro e passou a morar na casa da sua mãe com os filhos”, disse Djan.