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Sábado, 27 de abril de 2024

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Vencedor de oscar

Uruguaio Jorge Drexler mostra em São Paulo o show "Cara B"

Eu não gosto de compor." É quase inacreditável que Jorge Drexler, 44, compositor consagrado com o Oscar em 2005 pela canção de "Diários de Motocicleta", diga uma frase dessas.

"Eu não gosto de compor." É quase inacreditável que Jorge Drexler, 44, compositor consagrado com o Oscar em 2005 pela canção de "Diários de Motocicleta", diga uma frase dessas. O uruguaio está no Brasil para nova rodada de shows de seu álbum mais recente, "Cara B", lançado no ano passado.


Apresentou-se no Rio de Janeiro no último domingo e hoje chega a São Paulo, para sessão única no Bourbon Street. Daqui, segue para Florianópolis amanhã e para Porto Alegre no domingo.

"Desfruto muito de tocar ao vivo, mas compor tem um lado de investigação pessoal que é mortificante. O começo de uma música é sempre difícil. Há um grande desgaste emocional e muita solidão envolvidos, já que o artista fica à mercê dos sentimentos", diz. "Acho necessário [compor] como acho necessário trocar as cordas do violão. Mas não são trâmites agradáveis. E aprende-se muitíssimo como compositor fazendo versões de artistas que você admira."

Talvez por isso o repertório de "Cara B" seja 50% de releituras. Drexler canta com destreza em espanhol, inglês, italiano, catalão e português, dando suas versões para músicas de Leonard Cohen, Luigi Tenco, Javier Ruibal, Alfredo Zitarrosa e Caetano Veloso. Do brasileiro, pinçou "Dom de Iludir".

Êxito

Esse recuo do Jorge Drexler compositor é intencional. Sua intenção é que suas facetas de intérprete, menos reconhecidas, roubem a cena. Ao menos por enquanto. O artista considera este um meio eficaz de não se deixar acomodar no que já conquistou até aqui.

"A etimologia da palavra êxito, que vem do latim, tem a ver com saída, com morte. E o êxito é mesmo um estado morto, de chegar a um lugar que é seu e ficar nele. Esse conceito é a coisa mais triste que existe", diz. "Não acho contraditório terem colocado essa palavra para designar sucesso. A consagração é um estado de imobilidade."

Desgastes emocionais à parte, Drexler está compondo seu novo disco. Diz já ter feito "seis ou sete" canções, todas sozinho, sem parceiros. E que esta temporada no Brasil tem sido muito estimulante nesse processo. Anteontem, depois de um banho de mar na praia do Leblon, voltou ao hotel e escreveu uma nova. "E, desta vez, foi sem sofrimentos", garante.

JORGE DREXLER
Quando: hoje, às 22h30
Onde: Bourbon Street Music Club (r. dos Chanés, 127, tel. 0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 95 (ingressos esgotados)
Classificação: 18 anos
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