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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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Morte de deficiente revela despreparo da PM e sociólogo critica tratamento 'diferenciado' entre ricos e pobres

Foto: Jardel Arruda

Morte de deficiente revela despreparo da PM e sociólogo critica tratamento 'diferenciado' entre ricos e pobres
A abordagem policial que resultou na morte do jovem Ademar Silva Oliveira de 19 anos, nesta semana, colocou em discussão a formação dos Policiais Militares (PMs) de Mato Grosso. Depois de aprovados em concurso público, os futuros praças passam por um curso de formação obrigatório promovido pela academia da Corporação e, em seguida, passam a atuar nas ruas.


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Para o sociólogo Inácio Werner, a Polícia Militar possui o desafio de humanizar a segurança pública. “O que houve foi realmente um desastre. A abordagem que era para ser algo corriqueiro seguindo padrões acabou resultando em morte. Isso mostra o quanto significa a vida e como ela tem sido tratada como coisa, falta humanização da PM e esse é um desafio para eles”, analisa.

O sociólogo foi ainda mais severo em sua crítica. Werner também apontou a diferente forma de tratamento entre as classes. “Infelizmente muitos são considerados culpados na primeira abordagem, principalmente aqueles que residem na periferia. As pessoas que moram à margem são as que mais precisam se sentir protegidas pela PM, no entanto, elas se vêm ameaçadas por quem deveria defender os direitos humanos”, assevera.

A crítica feita pelo sociólogo aponta para um “despreparo” da polícia. Porém, segundo o comandante-adjunto do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cfap), major Arlindo Marques, a Academia da Polícia Militar oferece formação de nove meses para os novos PMs. Depois disso, “outras formações ocorrem quando há a adoção de novas técnicas”.

Entretanto, a realização de cursos apenas quando existem novos padrões a serem adotados revela que há uma lacuna na formação dos Praças do Estado, pois falta periodicidade na realização de cursos voltados para sua formação. Além disso, o Estado demonstra morosidade na inserção dos novos procedimentos empregados, como o Procedimento Operacional Padrão (POP).

Há pelo menos quatro anos, Mato Grosso passou a adotar o Procedimento Operacional Padrão (POP). Esse modelo prevê proteger os direitos dos cidadãos, a redução de erros e abusos, além de aumentar a segurança individual do policial e dos envolvidos na ação.

Dentre as técnicas existentes no POP, também está a da abordagem, considerada um dos momentos mais críticos tanto para o policial quanto para o cidadão. Além da morte de Ademar, foi durante uma abordagem que também morreu um sargento da Polícia Militar, em Cáceres no final do ano passado.

Um novo certame já foi aberto em Mato Grosso e novos policias serão recrutados para atuarem na segurança do Estado, e, conforme o major Arlindo Marques, “os novos PMS já saíram da academia com o POP e todos os demais PMs iram passar pelo aperfeiçoamento”.

Porém, ele admite que faltem equipamentos para a prática. “O governo precisa investir em viaturas equipadas”. Entretanto o major não soube informar a quantidade de ferramentas que são determinadas pelo POP estão atuando no estado, apenas que “ainda são insuficientes”.
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