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Domingo, 21 de julho de 2024

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Justiça acata denúncia e jovens acusados de matar cinegrafista vão ficar presos

O Terceiro Tribunal do Júri do Tribunal de Justiça do Estado do Rio recebeu ontem a denúncia do Ministério Público contra Fábio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados de ter acionado o rojão que atingiu o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade durante manifestação no centro do Rio em 6 fevereiro, contra o reajuste das passagens de transportes coletivos. Andrade morreu na semana passada. A decisão também converteu a prisão temporária dos acusados em prisão preventiva. Agora, eles deverão continuar detidos até o julgamento, caso não seja concedido habeas corpus. Barbosa e Souza vão responder por crimes de explosão e homicídio doloso triplamente qualificado.


O advogado dos acusados, Jonas Tadeu Nunes, disse que só vai se pronunciar depois que tiver acesso à decisão. Na quarta-feira, o criminalista Wallace Martins, auxiliar de Nunes, disse que pretendia ingressar com pedido de habeas corpus caso a Justiça decretasse a prisão preventiva de seus clientes. Ele vai defender a tese de que os dois foram negligentes ao acender o rojão - mas que não tinham a intenção de matar.

Na denúncia encaminhada à Justiça, a promotora Vera Regina de Almeida, lembra como a dupla se comportou na manifestação. “Na execução do crime, os denunciados agiram detendo o domínio funcional do fato, mantendo entre eles uma divisão de tarefas, com Fábio entregando para Caio o rojão com a finalidade, previamente por ambos acordada, de direcioná-lo ao local onde estava a multidão e os policiais militares e, assim, causar um grande tumulto no local, não se importando se, em decorrência dessa ação, pessoas pudessem vir a se ferir gravemente, ou mesmo morrer, como efetivamente ocorreu”, informa o documento.

Em outro trecho, a promotora lembra que os dois acusados, quando acenderam o rojão e o soltaram no chão, sabiam dos riscos que isso representava para a segurança dos participantes da manifestação. A denúncia foi aceita pelo juiz Murilo Kieling.

Caio Silva e Fábio Raposo, flagrados em imagens de televisão e em fotografias feitas durante o protesto no Rio de Janeiro vão responder por por homicídio doloso triplamente qualificado com a agravante do uso de explosivo. A pena pode chegar a 30 anos de prisão.
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