Nove presos de altíssima periculosidade já foram transferidos de Cuiabá para a penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte e a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Mato Grosso (Sejudh) aguarda análise do Departamento Estadual Penitenciário Federal (Depen) para transferência de mais um grupo. A informação é do secretário titular da Sejudh, Luiz Antonio Pôssas.
Operação desarticula quadrilha que comanda latrocínios, roubos e assassinatos de presídios; 43 mandados são cumpridos
Segundo ele, há 60 dias o sistema prisional passa por um processo de ‘limpeza’ tendo como objetivo a desmobilização de organizações criminosas. Questionado sobre o quantitativo de presos que devem deixar o Estado, ele preferiu ainda não revelar considerando a necessidade de avaliação do setor de Inteligência do órgão quanto a divulgação da informação. “O que nós fizemos, de fato, é uma grande operação de limpeza. O Primeiro Comando da Capital, por exemplo, posso dizer que já não existe mais”.
Os nomes apontados como líderes do esquema, Sandro Rabelo da Silva, o ‘Sandro Louco’, e Miro Arcângelo de Jesus, o ‘Miro’, são conhecidos no mundo policial pela audácia empregada em suas práticas criminosas. Em 2010, ambos passaram uma estadia em unidades federais de segurança, mas decorrido o prazo legal retornaram ao Estado.
‘Miro’ já foi condenado em 2003, a 12 anos de reclusão pelo assassinato de Rogério Schaffer, no bairro Pedra 90 e pelo duplo assassinato dos vigias Nelson Batista de Oliveira, 22, e Anivaldo Brás, 37, registrado também no Pedra, onde ele residia. Pouco mais de um ano depois de ser condenado inicialmente, em 2004 ele chegou a escapar da ante-sala de audiências da 13ª Vara Criminal de Cuiabá, quando chegava para uma audiência. Ele acabou sendo preso no ano seguinte durante um assalto.
Já Sandro Rabelo da Silva, condenado a mais de 200 anos por roubos a bancos, e latrocínios, também possui histórico de fuga do Presídio Central do Estado (PCE) e ficou conhecido por liderar motins na unidade. Ele chegou a ser flagrado com um revólver calibre 38 na unidade prisional no ano de 2004 sendo indiciado pelo crime de posse ilegal de arma de fogo. O detento já esteve preso na Cadeia Pública do Carumbé (hoje Centro de Ressocialização de Cuiabá) , na penitenciária de Mata Grande (Rondonópolis) e no PCE, em 15 de maio de 2004, na ‘companhia’ de mais cinco detentos de alta periculosidade ficando por quase seis meses foragido. Ele foi pego pela Polícia Civil em uma casa na periferia de Goiás.
Ação
Hoje, 43 membros da facção criminosa denominada “Comando Vermelho Mato Grosso” (CV-MT), que controla presídios no Estado, são alvos da operação “Grená”, deflagrada pela Polícia Civil. Os criminosos são investigados em diversos crimes como o tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídios, latrocínio e formação de quadrilha, cometidos de dentro do presídio com apoio de membros do lado de fora. A operação é comandada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e a Diretoria de Inteligência, com apoio das inteligências da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) e Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
