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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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Presidente interino de Honduras diz que rejeição ao retorno de Zelaya é "imutável"

O presidente interino de Honduras, Roberto Micheletti, disse nesta segunda-feira por meio da TV hondurenha que continua se opondo ao restabelecimento do presidente deposto Manuel Zelaya, um dia depois que as negociações para resolver a crise política do país, mediadas pelo presidente costa-riquenho Oscar Arias, fracassaram exatamente devido a um impasse sobre este ponto.


"A minha posição é imutável", disse Micheletti, que foi instalado como presidente interino após a deposição de Zelaya pelo Exército --com apoio da Suprema Corte e do Parlamento-- no dia 28 de junho. A declaração foi um reforço da posição contrária do governo interino ao retorno de Zelaya para concluir o mandato presidencial, que se encerraria em janeiro de 2010.

Zelaya, que no dia 5 de julho protagonizou uma tentativa de retorno ao país que foi impedida qiuando as autoridades bloquearam o aeroporto da capital com veículos, disse que pretende retornar ao país na próxima sexta-feira, mesmo sob risco de prisão. Nesta segunda-feira, várias organizações sociais convocaram uma manifestação em massa para o dia marcado para o retorno do presidente deposto, que fez um apelo para uma "insurreição popular".

A Frente Nacional Contra o Golpe de Estado, integrada por organizações sociais e membros do Partido Liberal, pediu uma "recepção apoteótica" para Zelaya.

Enquanto isso, os auxiliares do presidente deposto tentam acuar o governo interino com base no isolamento internacional imposto a Honduras desde o golpe --nenhum país reconheceu fomalmente o novo governo. Eles pressionaram nesta segunda-feira para que sejam impostas mais sanções internacionais contra o governo interino. Um dos principais assessores de Zelaya, Enrique Flores, disse que os outros governos devem adotar medidas como o congelamento das contas bancárias dos membros da administração provisória.

A União Europeia anunciou nesta segunda-feira a suspensão de um auxílio de 65 milhões de euros em ajuda orçamentária a Honduras em represália ao fracasso do governo interino em encontrar uma solução dialogada para a crise.

No fim de semana, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, telefonou para Micheletti para advertir sobre as consequências se não chegar a uma solução negociada.

Neste domingo, o presidente deposto acusou seus oponentes "zombarem" das tentativas do presidente costa-riquenho de negociar um acordo.

Citando repetidamente os Estados Unidos, Zelaya disse que a comunidade internacional arrisca-se a endossar tacitamente o golpe se não confrontar o governo provisório.

"A comunidade internacional está enfrentando um dilema", disse Zelaya a repórteres na embaixada de Honduras na capital da Nicarágua. "Eles pediram que os movimentos de guerrilha abandonassem as armas 20 anos atrás [] e agora os conservadores voltam e pegam em armas para derrubar os esquerdistas que estão tentando um processo de reforma."

Zelaya não especificou quais ações ele quer dos EUA, país que já suspendeu já mais de US$ 18 milhões em programas militares de auxílio militar e de ajuda para o desenvolvimento de Honduras.

Os EUA são o principal parceiro comercial de Honduras e tradicionalmente mantém laços militares e políticos próximos com Honduras.

Na semana passada, o presidente venezuelano Hugo Chávez, aliado do presidente deposto de Honduras, havia acusado os EUA de não condenarem o governo interino de forma suficientemente forte, por continuarem mantendo uma base militar em Palmerola, a 75 km ao norte de Tegucigalpa, a capital hondurenha.

Nesta segunda-feira, o subsecretário de Defesa do governo interino, Gabo Jalil, disse que as relações militares e os protocolos de segurança entre Honduras e os EUA "se mantêm firmes" e afirmou que o novo governo "vai respeitar essas relações com os EUA".

Jalil afirmou que "as relações militares e os protocolos com os EUA serão mantidos" e que até agora "não tem nenhuma informação" sobre sua eventual retirada.

Honduras e os EUA mantêm um acordo militar desde 1954, através do qual vários programas de cooperação e segurança foram realizados entre os países.
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