Cerca de 4 mil servidores do Poder Executivo lotam as galerias, o saguão e a frente da Assembleia Legislativa, em protesto pelo pagamento da Revisão Geral Anual (RGA). Os servidores pretendem acompanhar a sessão plenária da manhã desta quarta-feira (25). Diversas categorias estão paralisadas desde a terça-feira (24), para cobrar a reposição inflacionária de 11,28% referente às perdas salariais de 2015. Das 30 categorias que compõem o Fórum Sindical, 28 já deliberaram pela greve. O Sintap ainda não teve assembleia geral, e o Sinterp decidiu não aderir à mobilização.
A pauta de votação da Assembleia está trancada desde a noite de terça, quando o deputado estadual Emanuel Pinheiro (PMDB) invocou os vetos pendentes de votação e pediu que a pauta fosse sobrestada. O parlamentar fez isso para que projetos de lei de interesse do governo não fossem votados, de modo a pressionar o governador Pedro Taques (PSDB) a negociar com os servidores.
O governo já informou que não pagará nenhum percentual da reposição na folha de maio, mas diante da pressão dos servidores, deve apresentar uma proposta no início de junho. O governador Pedro Taques (PSDB) alega não ter recursos suficientes para pagar o RGA, que custaria R$ 628 milhões aos cofres públicos somente este ano, além de ter estourado o limite de despesa com pessoal previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que é de 49% da receita corrente líquida do estado.
Sessão tumultuada
Servidores vaiam o líder do governo, deputado Wilson Santos (PSDB), e o chamam de “traidor”. Ele discursa defendendo o governador Pedro Taques, e o compara ao ex-governador, já falecido, Dante de Oliveira (PSDB), que em 1995 recebeu o governo com salários atrasados. “Assim como Dante, o governador Pedro Taques não vai ceder às pressões”, afirmou. O tucano afirmou que excluiu a palavra “medo” do seu vocabulário. “Nada nos intimida. Fomos forjados em ferro e fogo”, disparou ele para a plateia, lotada de servidores.
Sob gritos de protesto, ele afirmou que os servidores têm direito a se manifestar. Lembrou, ainda, que o governo pagou o RGA no ano passado. O deputado afirmou que Pedro Taques sempre reconheceu que o RGA é legal e constitucional, e um direito do servidor. “Pedro tem mais de 70% de aprovação. E se não dá o RGA é porque não lhe é possível”, disse.
A sessão foi encerrada sem a apreciação do veto do RGA do Poder Judiciário, que deve ser votado na sessão vespertina, a partir das 17h de hoje.
Atualizada às 11h30.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real,clique aqui
Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento. Para mais informações, consulte nossa Política de Privacidade.