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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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Manifestação no Japão contra a presença militar americana

Milhares de pessoas manifestaram-se neste domingo na ilha japonesa de Okinawa contra a presença militar dos Estados Unidos e contra os crimes cometidos por funcionários americanos nas últimas décadas.


Os organizadores esperam a participação de até 50.000 pessoas.

A exasperação da população se deve principalmente a dois incidentes recentes: um assassinato e um acidente cometidos sob a influência de álcool e atribuídos a um empregado e a um fuzileiro naval de bases militares dos Estados Unidos.

Estes dois casos provocaram a oposição da população local à presença na ilha de 47.000 soldados americanos, ou seja, mais da metade do contingente estacionado em todo o país.

A manifestação começou por volta das 14h00 (01h00 no horário de Brasília), no estádio de Naha, capital da prefeitura de Okinawa, com um minuto de silêncio por Rina Shimabukuro, uma jovem de 20 anos que foi estuprada e assassinada em abril.

"Por que minha filha? Por que matá-la?", questionou o pai em uma mensagem lida no início da manifestação.

Alguns carregavam cartazes que diziam "Fora Marines".

"Estou muito triste e, acima de tudo, não quero outra vítima", afirmou Chihiro Uchimura, um manifestante de 71 anos.

"Enquanto houver bases militares americanas, tais incidentes vão se repetir", considerou.

Em frente ao Parlamento de Tóquio uma manifestação semelhante denunciava esses incidentes e tentava bloquear o projeto de transferência, a uma baía, das instalações militares atualmente localizadas no centro da cidade.

Há décadas as bases se encontram na cidade de Ginowan. O plano consiste em mudar a base aérea de Futenma para uma região menos povoada do litoral, em Henoko.

As autoridades de Okinawa, com o governador Takeshi Onaga à frente, exigem a sua total retirada e não uma mudança de lugar.

A transferência começou a ser planejada depois do sequestro e estupro em 1995 de uma adolescente de 12 anos em Okinawa por três militares americanos. Na época, Washington prometeu submeter suas tropas a uma maior disciplina.

O projeto não foi possível devido à oposição das autoridades locais e da população.

"O Japão ainda é uma colônia militar dos Estados Unidos, Futenma é o símbolo disso", lamentou um professor de 59 anos, Noboru Kitano.

Os Estados Unidos ocuparam Okinawa por cerca de 27 anos após a Segunda Guerra Mundial e em 1972 entregaram o controle da localidade para o governo japonês, mas manteve bases militares, considerando a ilha um enclave estratégico na Ásia.

Cerca de 100.000 pessoas participaram de uma manifestação em 2010 contra a construção de uma nova base.

O governo de centro-esquerda, eleito em 2009, não conseguiu acabar com a de Futenma. No final de 2012, a direita voltou ao poder com Shinzo Abe e defendeu a transferência da base, dizendo que era "a melhor e única solução". Mas encontrou forte oposição do governador.

O protesto deste domingo pode lançar uma mensagem ao governo central e aos Estados Unidos, cujo presidente Barack Obama foi forçado em maio a expressar pesar pela morte da jovem Rina Shimabukuro.
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