O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que a crise não impediu que o Brasil continuasse reduzindo a desigualdade social no período de turbulência na economia. Segundo ele, de outubro de 2008 a junho deste ano, pouco mais de 500 mil pessoas deixaram a linha da pobreza nas principais regiões metropolitanas do país.

"A verdade é que estamos conseguindo reduzir a desigualdade social entre os brasileiros, e nem mesmo a crise financeira internacional nos tirou desta rotina virtuosa",afirmou Lula, que participou, no Rio, de cerimônia relativa aos 150 anos de fundação da Igreja Presbiteriana no Brasil.

Em seu discurso, Lula fez defesa veemente dos programas sociais e educacionais implementados por seu governo, como o Bolsa Família e o ProUni. Para o presidente, essas iniciativas, aliadas à geração de 10 milhões de empregos desde 2003, foram decisivas para que 20 milhões de pessoas deixassem as classes de renda mais baixa e migrassem para partes mais altas da pirâmide social.

O Bolsa Família voltou a ser defendido de forma destacada por Lula. Ele disse que há preconceito de quem pensa que o governo está desmotivando a população mais pobre a trabalhar quando há concessão do benefício. Para o presidente, só pensa desta forma "quem não conhece o pobre".

"Só pode pensar que R$ 85 ou R$ 100 faz uma pessoa não querer trabalhar quem pode dar R$ 100 de gorjeta depois de tomar meia dúzia de uísque", argumentou.

Lula afirmou ainda que o Brasil encontrou seu caminho, e vive situação privilegiada. Acrescentou que há tempos o país não vivia expectativa tão positiva. Outro ponto exaltado por Lula foi a autoestima do brasileiro. Segundo o presidente, os brasileiros deixaram de tratar a si mesmos como se fossem de segunda classe.

"Quem viaja pro exterior ou vive lá sabe que o Brasil de hoje é um Brasil muito mais importante do que o Brasil de outro dia atrás", observou.