Os produtores rurais da Argentina realizaram nesta terça-feira atos em diversos pontos do país para renovar seus protestos contra o Governo, após a greve comercial finalizada na sexta-feira.

Em coincidência com o Dia do Agricultor, as principais manifestações aconteceram na província de Chaco, em meio à seca sofrida há três anos, e na cidade de Olavarría, uma das zonas agrícolas mais ricas do país.

Os atos foram convocados pelas quatro maiores organizações rurais do país, que desde março de 2008 mantêm um sério conflito com o Governo argentino devidos aos impostos às exportações de grãos e outras políticas oficiais para o setor.

"Este tipo de manifestação de mal-estar continuará e irá se aprofundando enquanto os produtores não receberem nenhum sinal nem resposta do Governo", disse o presidente da Confederação Intercooperativa Agropecuária (Coninagro), Carlos Garetto, em um ato na localidade de Theobald, na província de Santa Fé.

O presidente da Federação Agrária Argentina, Eduardo Buzzi, denunciou durante o ato convocado em Chaco que cerca de 60 mil produtores rurais já "desapareceram" devido às "políticas desastrosas implementadas" para o setor agropecuário.

Ao final do dia de protesto, as patronais rurais confirmaram à imprensa que o chefe de Gabinete, Aníbal Fernández, os convocou a uma reunião para esta mesma semana, possivelmente na quinta-feira, reunião que - caso se concretize - será o reinício do diálogo entre as partes, suspenso desde o final de julho.

As associações rurais terminaram na sexta-feira passada uma greve de comercialização de grãos e gado bovino de oito dias, a terceira convocada esse ano e a oitava desde o início do conflito com o Governo.

O setor aposta em que, depois de 10 de dezembro, quando mudar a composição parlamentar após a derrota do Governo nas eleições de junho, o Legislativo debaterá iniciativas que melhorem a situação do setor.