Olhar Direto

Sábado, 27 de abril de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

DIA NACIONAL CONTRA A HANSENÍASE

Mato Grosso é o estado com mais casos de hanseníase no Brasil; Saúde reforça tratamento

Foto: Secom-MT

Mato Grosso é o estado com mais casos de hanseníase no Brasil; Saúde reforça tratamento
A hanseníase é uma doença negligenciada que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, principalmente no Brasil, que é o 2º país do mundo no ranking de novos casos, conforme dados do Boletim Epidemiológico de Hanseníase 2024, lançado pelo Ministério da Saúde. E Mato Grosso é o estado com mais casos da doença. Dados parciais de 2023 apontam para 4.212 novos pacientes da enfermidade.


Leia mais
Infectologista reforça importância da vacina e testagem para covid-19 e repudia fake news sobre doença

De janeiro a novembro de 2023, houve aumento de 5% de casos, segundo dados do Ministério de Saúde, que apontam um total de 3.927 novos casos. Em 2022, foram registrados 2.375 casos da doença.
 
A hanseníase é uma doença antiga, cujo controle representa um desafio para os sistemas de saúde mundo afora, mas apesar de tudo, é importante lembrar que ela tem cura.
 
A contaminação ocorre pelo Mycobacterium leprae e, por atingir os nervos, uma das primeiras sequelas é a perda de sensibilidade da pele. Em muitos casos também há perda ou comprometimento severo dos movimentos que, em casos mais graves, pode levar à amputação.

O enfrentamento à hanseníase é um dos principais desafios de saúde pública no Brasil e o diagnóstico precoce é fundamental para a redução da transmissão e do risco de desenvolvimento de incapacidades físicas. Para contribuir com o diagnóstico precoce da doença, em 2022 foram incluídos ao SUS três novos testes de apoio ao diagnóstico e um para detecção de resistência da doença. O uso começa neste ano.

No dia 27 de janeiro é celebrado o Dia Mundial Contra a Hanseníase, e no nesta terça-feira (30), celebra-se o dia nacional. Portanto, o mês possui a campanha de conscientização Janeiro Roxo, com intuito de alertar e conscientizar a sociedade sobre o combate à doença.

Cheia de estigmas e preconceitos, a hanseníase já foi conhecida como “lepra”, e é contagiosa, mas tem controle e tratamento oferecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A transmissão ocorre por gotículas provenientes do nariz e da boca durante o contato próximo e frequente com casos não tratados. É mais prevalente em populações que vivem em condições de vulnerabilidade social, e o tratamento nas fases iniciais da doença pode prevenir incapacidades físicas.
 
Tratamento


O Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade (Cermac) da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) oferece diagnóstico e tratamento da hanseníase em Mato Grosso. Em 2023, foram realizados 4.320 atendimentos. A unidade atende os casos mais complexos da doença no estado. 

“Trabalhamos o enfrentamento da hanseníase desde o início da gestão. Investimentos na capacitação de mais de 3.203 profissionais da saúde para um diagnóstico ágil e eficiente. Investimos também na nossa referência para a alta complexidade da doença, que é o Cermac. A unidade vai ganhar uma nova sede muito mais ampla e moderna, que deve ser entregue este ano. O valor total da obra é de R$ 29,2 milhões”, destaca o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo. 

Do total de 4.320 atendimentos, 3.108 foram realizados pela equipe multiprofissional da unidade, que conta com assistente social, enfermagem, farmacêutico, fisioterapeuta, nutricionista, psicologia e terapeuta ocupacional.
 
Outros 996 atendimentos foram realizados pelos médicos especializados em hanseníase e 216 atendimentos são voltados a exames e entrega de palmilhas.

Fortalecimento da Rede

Mato Grosso detém as maiores taxas de detecção de hanseníase do país e, por esse motivo, é reconhecido como hiperendêmico. No estado foram diagnosticados 2.507 casos de hanseníase em 2020; 2.106 em 2021; 2.375 em 2022 e dados parciais de 2023 apontam para 4.212 casos. 

Além dos repasses financeiros convencionais que a SES realiza para manutenção dos serviços da Atenção Primária à Saúde dos municípios, o órgão estadual ainda transfere mensalmente o valor de R$ 10 mil para cada um dos municípios de Alta Floresta, Barra do Garças, Juara, Juína, Tangará da Serra e Várzea Grande manterem os Ambulatórios de Atenção Especializada Regionalizados (AAER), que dão suporte aos serviços voltados ao tratamento da hanseníase.

A SES, por meio da Escola de Saúde Pública de Mato Grosso (ESP-MT), já formou 20 médicos especialistas em hansenologia.

Neste ano, outros 20 médicos devem concluir a especialização ofertada pela Escola. A ESP-MT trabalha para formar um total de 200 profissionais da saúde, entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, entre outros, para o atendimento especializado e multidisciplinar da hanseníase.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

xLuck.bet - Emoção é o nosso jogo!
Sitevip Internet