Após ser interditado em 2022 com 193 irregularidades e condições inadequadas de funcionamento e atendimento dos pacientes, o Hospital Militar, localizado em Cuiabá, ainda não sanou 10% dos problemas apontados naquela ocasião em um relatório de inspeção da vigilância sanitária elaborado na própria unidade. A unidade é gerida pela Associação Beneficente de Saúde dos Militares do Estado de Mato Grosso (ABSM-MT). 

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Segundo ofício de uma denúncia anônima encaminhado à Coordenadoria de Vigilância Sanitária de Cuiabá, alguns pontos considerados importantíssimos “ainda estão sem resposta à sociedade, demonstrando um nítido desrespeito aos órgãos finalizadores”.

De acordo com o ofício, não foram providenciados, por exemplo, documentos da alta administração do hospital indicando o profissional responsável pela elaboração e implantação do plano de gerenciamento e tecnológica, constando um prazo de 15 dias o qual já extrapolou.

Além disso, não foi apresentado o prontuário dos equipamentos médicos hospitalares, com documentação de origem, manual do fabricante e os registros referentes às manutenções corretivas e preventivas de todos os instrumentos do hospital.  Ainda não foi apresentado também o requerimento de alvará sanitário, constando um prazo de 24 horas, o qual já está extrapolado.

A denúncia afirma que a falta de serviços essenciais é evidente, com a grande maioria dos itens não cumpridos e adiados sempre para a próxima inspeção. A lista de falhas abrange áreas críticas como os setores gerais, ambulatórios, consultórios médicos, consultórios nutricionistas, depósito de material de limpeza, serviços de nutrição e dieta, repouso dos funcionários da limpeza, setor de internação, pronto atendimento (PA), centro cirúrgico, centros de material e esterilização, consultórios odontológicos e centro integrado de valores e controle de pragas urbanas. 

Todas essas áreas foram marcadas para uma próxima fiscalização, evidenciando a necessidade urgente de melhorias e investimentos para garantir a qualidade e eficiência dos serviços prestados pelo Hospital Militar.

“Diante do exposto, solicito que seja elaborada URGENTE, nova inspeção no estabelecimento que vem descumprimento TAC de maneira reiterada desde o ano 2012, por esses motivos, solicito a interdição novamente do estabelecimento para que não haja prejuízos já causados, como mortes de cidadãos bem”, diz pedido da denúncia.

Outro lado

Ao Olhar Direto, a diretoria de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá informou que a ala hospitalar do Hospital Militar continua interditada e diz que, até o momento, não foram apresentadas as documentações necessárias para revogar a intervenção. Por isso, o hospital não pode, por exemplo, receber internações. No entanto, afirma que o hospital continua com ambulatórios ativos e oferece serviços como fisioterapia.

O Olhar Direto tenta contato com a Associação Beneficente de Saúde dos Militares do Estado de Mato Grosso.