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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Junta militar da Guiné pede governo de união nacional e inquérito internacional

A junta militar que comanda a Guiné pediu nesta quarta-feira que um governo de união nacional seja formado no país e que um inquérito internacional seja estabelecido para investigar a violenta repressão aos protestos de segunda-feira, que mataram 157 pessoas segundo a Organização Guineana para Defesa dos Direitos Humanos.


"A junta pede a formação de um governo de integração nacional com membros de diferentes partidos políticos que se encarreguem da transição", disse o porta-voz da junta Mandjou Deoubate.

Os militares também pediram que um líder africano seja apontado como mediador e que "uma comissão nacional internacional seja formada, junto com a ONU [Organização das Nações Unidas] para elucidar os eventos de segunda-feira", afirmou Deoubate.

Apesar do tom conciliador, o governo militar proibiu o que chamou de "reuniões subversivas". Em um pronunciamento transmitido pela televisão, o líder da junta militar que governa o país, capitão Moussa Dadis Camara, afirmou que "agitadores" serão "punidos com severidade". O governo decretou luto oficial no país nesta quarta-feira e quinta-feira.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos denunciou nesta quarta-feira o "banho de sangue" provocado na Guiné pela repressão de uma manifestação pacífica de opositores.

"O banho de sangue de segunda-feira não deve se somar ao clima de impunidade que reina há décadas no país", afirmou a comissária Navanethem Pillay em um comunicado.

A Guiné, um dos principais exportadores de bauxita do mundo, mas cuja população vive em sua maioria com menos de US$ 1 por dia, foi governada com mão de ferro por Lansana Conté por 24 anos. Logo após a morte de Conté, em dezembro de 2008, uma junta militar liderada pelo então desconhecido capitão Camara tomou o poder.

Soldados e tanques foram enviados para as ruas do país, para estabelecer bloqueios. Não houve violência na ocasião. A junta prometeu realizar eleições livres depois de um período de transição de dois anos, no final de 2010.

O capitão Camara disse inicialmente que não iria concorrer nas eleições, mas recentemente disse que ele tem o direito de concorrer, se quiser. As manifestações contra ele têm crescido, mas nenhuma tinha sido tão violentos como a desta segunda-feira, quando as forças de segurança mataram dezenas de manifestantes reunidos em um estádio na capital do país, Conacri, para protestar contra a possível candidatura de Camara nas eleições presidenciais no dia 31 de janeiro.
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