Na tentativa de reunir o número de assinaturas necessárias para instalar a CPI do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra) no Congresso, a oposição precisa conquistar o apoio de mais 19 deputados à comissão antes de pedir oficialmente a sua criação no Congresso.

Das 171 assinaturas necessárias para a criação da CPI, DEM e PSDB reuniram 152 na Câmara. No Senado, já foram alcançadas 32 assinaturas, cinco a mais que o mínimo necessário para a instalação da CPI mista (com deputados e senadores).

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Os oposicionistas acreditam que vão alcançar o número de assinaturas até a semana que vem, quando pretendem apresentar o pedido de instalação da CPI.

O líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), disse que a coleta de assinaturas vem sendo feita de forma "seletiva" para evitar que parlamentares retirem o seu apoio à comissão depois de pressionados pelo governo --como ocorreu no pedido da primeira CPI do MST apresentado pela oposição.

"Estamos fazendo triagem, exposição ao colega no momento de assinar o apoio à CPI, esclarecendo que ele sofrerá pressão por parte do governo, será talvez ameaçado para não ter emendas liberadas ou retaliação que possa sofrer nos próximos dias até que possamos ter a instalação da CPI. A coleta tem sido mais lenta e difícil. Preferimos agir com essa cautela e cuidado para não sofrermos o golpe que sofremos na semana passada", afirmou.

Como a CPI é mista, com deputados e senadores, a oposição precisa reunir 171 assinaturas na Câmara e outras 27 no Senado antes de pedir a sua criação. A oposição não quer a CPI apenas no Senado, onde já tem as assinaturas, porque reconhece que não terá força para eleger o comando da CPI --deixando os cargos relevantes na mão de governistas contrários à sua instalação.

O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que há deputados "melância" que, apesar do discurso favorável à CPI, se manifestam na prática contrários à sua criação.

"Eu fico tão indignado quanto qualquer cidadão com esses deputados melancia. Eles têm uma corzinha por fora e, quando abre, outra corzinha por dentro. Ou ficam rolando de um lado para outro. Queremos investigar todas essas entidades laranjas que vêm sendo apoiadas pelo governo", afirmou.

Caiado disse que, na semana passada, o ministro Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrário) e parlamentares da base aliada governista entraram em campo para convencer os deputados a retirarem assinaturas de apoio à CPI. O governo conseguiu retirar o total de 45 assinaturas, o que derrubou a instalação da comissão pela diferença de três parlamentares.

"O ministro Cassel e alguns parlamentares entraram em campo e conseguiram retirar 45 assinaturas, conseguindo derrubar a nossa CPI por três assinaturas. Isso é que é doído, por três assinaturas não conseguimos instalar a CPI", afirmou.