Um dos projetos de largo alcance social desenvolvido pelo Poder Judiciário de Mato Grosso em benefício de crianças abrigadas em instituições, denominado Padrinhos, Pais Solidários, está a procura de mais apoiadores para atuarem como padrinhos, seja de forma afetiva, provedora ou como prestador de serviços. A revitalização dessa iniciativa é uma das ações desencadeadas pela desembargadora Clarice Claudino da Silva como parte das atividades relativas à Semana da Criança. A magistrada foi designada pela Presidência do Tribunal de Justiça para conduzir, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça, o trabalho de implementação de ações que sensibilizem a sociedade em programas direcionados à proteção da infância e da juventude.
De acordo com a desembargadora, o projeto tem por objetivo envolver a participação da sociedade civil de forma a que as pessoas que não tenham interesse em adoção ou guarda, mas que desejam ajudar de alguma forma, possam apadrinhar crianças institucionalizadas que perderam o vínculo com sua família biológica ou encontram-se em situação de difícil inserção em família substituta. Busca, ainda, oferecer melhores condições para o desenvolvimento pessoal e social das crianças, como forma preventiva de minimizar situações de risco a que, porventura, possam estar expostas.
As crianças atendidas pelo projeto estão abrigadas em cinco diferentes instituições de Cuiabá e Várzea Grande, como o Projeto Vida Nova, a Associação Filantrópica São Judas Tadeu, o Projeto Nossa Casa, o Lar da Criança e a Casa da Retaguarda. Dentre os pontos positivos já obtidos com o apadrinhamento destacam-se a contribuição saudável na vida das crianças e adolescentes, melhora na auto-estima, envolvimento familiar nos cuidados à criança, construção de uma relação de respeito e afeto mútuo, melhoria no relacionamento das crianças apadrinhadas com os demais menores abrigados, troca de afeto entre criança e seu respectivo padrinho, entre outros.
Conforme a desembargadora Clarice Claudino, os possíveis candidatos a padrinho devem estar conscientes da importância que passarão a ter na vida da criança apadrinhada. “É preciso aceitar essa criança com todos os seus defeitos e qualidades. Não podemos nos esquecer que são crianças com histórico de vida sofrida e possuem muitos sonhos e esperança”, asseverou. A magistrada destacou o fato de que essas instituições necessitam, além de padrinhos afetivos e provedores, de profissionais que prestem serviço nas unidades, como, por exemplo, professores de dança ou música, que possam se deslocar aos abrigos para proporcionar atividades lúdicas aos menores.
Tipos de apadrinhamento - O padrinho provedor é aquele que dá suporte material ou financeiro ao menor, seja com a doação de materiais escolares, roupas, calçados e brinquedos, seja com o patrocínio de cursos profissionalizantes, reforço escolar, prática esportiva e até mesmo mediante contribuição mensal em dinheiro. Já o afetivo é aquele que visita regularmente a criança ou o adolescente, levando para passar finais de semana, feriados ou férias escolares em sua companhia, de forma a revelar as possibilidades de uma convivência familiar e social saudável. O padrinho prestador de serviço é o profissional que se cadastra para atender os menores que participam do projeto, oferecendo seu trabalho conforme sua especialidade, independente da formação escolar.
Os interessados em apoiar o projeto ou apadrinhar uma criança ou um adolescente abrigado deverão entrar em contato com a Comissão Judiciária Estadual de Adoção (CEJA) pelo telefone (65) 3617-3121.