Os organizadores da conferência climática de Copenhague admitiram em novembro que ela não poderá entregar um acordo final e legalmente vinculante. O primeiro-ministro da Dinamarca Lars Lokke Rasmussen, o anfitrião da conferência, esperava um "acordo político", seguido por um legal em 2010. A questão agora é o quão específico será este acordo político.
Falando em uma reunião de líderes asiáticos em Cingapura, Rasmussen disse que o acordo de Copenhague deveria ser preciso quanto aos compromissos específicos e vinculante quanto ao compromisso dos países para alcançar certos alvos.
O mundo precisa mesmo de compromissos, de números e de ação. A ministra do clima da Dinamarca, Connie Hedegaard, diz que "o mais importante é que os Estados Unidos se comprometam em trazer números específicos a Copenhague".
A Casa Branca acabou anunciando que o presidente Barack Obama apresentará em Copenhague a meta de redução de 17% das emissões de gases-estufa nos Estados Unidos em 2020 em relação a 2005.
Obama hesitante
Embora já tivesse antes o interesse de concordar com um tratado do clima, Obama parecia relutante em fazer promessas que o Congresso de seu país não permita cumprir --assim como aconteceu com o vice-presidente Al Gore em Kyoto, em 1997.
Seria melhor para o presidente que o projeto de lei sobre mudança climática fosse aprovado antes de fazer qualquer promessa. Mas o projeto, pendente no Congresso, não passa antes da cúpula de Copenhague, que já começa nesta segunda-feira (7).
Se ou quando o projeto de lei passar, muito poderia mudar. Em Cingapura, o presidente da China Hu Jintao insistia que seu país não iria se comprometer em reduzir sua intensidade de carbono, a não ser que os EUA estivessem totalmente comprometidos em cortar as emissões também.
Dito e feito: apesar da falta da lei aprovada, no dia seguinte ao anúncio de metas dos EUA, a China informou que se comprometerá a reduzir entre 40% e 45% a intensidade energética (emissão de CO2 por unidade de PIB) em 2020 em relação aos níveis de 2005, o dobro do proposto até então.
Otimistas dizem que, se Obama conseguir passar a lei no Congresso, um acordo internacional que agora parece impossível será distintamente factível em 2010. Para os pessimistas, as negociações do clima apenas andam em círculos.