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Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Meio Ambiente

Ministros tentam romper impasse nas negociações climáticas

Ministros tentavam romper um impasse nas negociações climáticas globais na terça-feira, três dias antes do momento em que se pretende que líderes mundiais fechem um novo pacto visando evitar mudanças climáticas perigosas.


Os organizadores das negociações em Copenhague disseram que os ministros do Meio Ambiente vão trabalhar até tarde da noite da terça-feira (15) para tentar superar as grandes divergências, dizendo que a parte principal do trabalho precisa ser concluída antes da quinta-feira, quando cerca de 130 líderes mundiais se juntarão formalmente à conferência que ocorre entre 7 e 18 de dezembro.

As negociações permaneciam em impasse desde o dia anterior, dificultadas por divergências sobre os cortes de emissões a serem feitos pelos países ricos e sobre a meta global de longo prazo de frear a alta das temperaturas globais, que pode desencadear a elevação do nível dos mares, enchentes e secas.

"Vimos avanços significativos em várias áreas, mas não o suficiente. Estamos numa fase muito importante", disse o chefe climático da ONU, Yvo de Boer.

A presidente dinamarquesa das negociações, Connie Hedegaard, disse esperar que o prazo apertado possa acrescentar urgência às negociações e ajudar a romper o impasse.

"É como fazem os escolares. Quando têm um prazo muito longo para entregar uma lição de casa, eles esperam até o último minuto para fazer a lição. Basicamente, é tão simples assim", disse ela.

Líderes empresariais disseram que gostariam de um acordo claro quanto às metas de curto e longo prazo, para que possam fazer investimentos apropriados.

"Ainda faltam muitas questões que provavelmente só serão discutidas ao nível ministerial, e isso nos preocupa", disse Abyd Karmali, chefe global de comércio de emissões no Bank of America Merrill Lynch.

Esboços de textos datados de terça-feira mostravam que os negociadores nacionais tinham retirado os números relativos às metas globais de longo prazo e dos cortes de emissões dos países ricos até 2020 que tinham estado no texto original. Os números poderão ser reinseridos se for alcançado um acordo.

O ministro do Meio Ambiente da Índia, Jairam Ramesh, disse que as negociações podem até mesmo desabar devido a questões "sérias" que ainda não foram resolvidas.

"Há confusão e falta de clareza no estágio atual."

"Pode haver um impasse sobre muitas questões. Ainda não temos clareza sobre como vão evoluir os próximos dias", disse ele.

O embaixador brasileiro de mudanças climáticas, Sergio Serra, foi mais otimista: "É possível haver um avanço. Com a pressão do tempo e da opinião pública", disse ele.

A expectativa é que os ministros trabalhem até tarde da noite da terça e da quarta-feira. "Ontem nossa equipe ficou aqui até as 3h ou 3h30", disse Serra. Um representante britânico disse que a previsão é que trabalhem até tarde novamente na terça-feira.

"Está claro que os ministros estarão extremamente ocupados e focados nas próximas 48 horas, se quisermos ter os êxitos que estamos tentando alcançar", disse Hedegaard.

"Não é papel [dos líderes mundiais] negociar os textos", disse Serra.

As negociações em Copenhague ainda não chegaram a um acordo sobre financiamento dos países ricos para que o mundo em desenvolvimento ajude a pagar para ajudar os países pobres a se prepararem e a conter as mudanças do clima.

Um jornal japonês disse na terça-feira que o Japão oferecerá US$ 10 bilhões de ajuda ao longo de três anos, até 2012, para ajudar os países em desenvolvimento a combater as mudanças climáticas, incluindo medidas para proteger a biodiversidade.

A maioria dos países desenvolvidos é a favor de financiamento climático interino de cerca de US$ 30 bilhões entre 2010-2012 para ajudar os países mais pobres, muitos dos quais afirmam que esse valor é insuficiente.

Outra questão espinhosa é até que ponto os países em desenvolvimento devem ser obrigados a respeitar metas para reduzir o aumento de suas emissões, um processo conhecido como medição, reportagem e verificação (MRV).

"A questão do MRV é um divisor muito sério", disse o representante indiano Ramesh. A questão "pode não soar instigante, mas é muito crucial, porque é ela que vai realmente representar linhas divisórias cruciais para as diferentes partes", disse Hedegaard.

Os cortes nas emissões de carbono pelos países ricos provavelmente terão força de lei.
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