O ministro Gilmar Mendes, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), analisa nesta quarta-feira um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Roger Abdelmassih, que pede a revogação da prisão do médico. A previsão, segundo a assessoria do Supremo, é que a decisão sobre o caso seja divulgada ainda hoje.

Abdelmassih está preso desde o dia 17 de agosto, sob a acusação de ter cometido atentado violento ao pudor e estupro contra ex-pacientes. Ele já teve pelo menos outros cinco pedidos de liberdade negados pela Justiça, e permanece detido no 40º DP (Vila Santa Maria), em São Paulo.

Os advogados do médico alegam entre outras coisas, que não existe nenhum início de que a liberdade dele afronte a ordem pública, já que o médico teve seu registro profissional suspenso pelo Conselho Regional de Medicina.

Caso a Justiça aceite os argumentos da defesa, Abdelmassih poderá passar as festas de fim de ano em liberdade, já que o os advogados do médico pedem a concessão de uma liminar (decisão provisória) para que seja expedida um alvará de soltura com caráter de urgência.

Acusações

Segundo o Ministério Público de São Paulo, Abdelmassih é acusado de 56 crimes sexuais. Em geral, as mulheres o acusam de tentar beijá-las ou acariciá-las quando estavam sozinhas --sem o marido ou a enfermeira presente. Algumas disseram ter sido molestadas após a sedação.

Desde que foi acusado pela primeira vez, Abdelmassih negou por diversas vezes ter praticado crimes sexuais contra ex-pacientes. O médico afirma que vem sendo atacado há aproximadamente dois anos por um "movimento de ressentimentos vingativos".

Abdelmassih também sustenta que as mulheres que o acusam podem ter sofrido alucinações provocadas pelo anestésico propofol, usado durante o tratamento de fertilização in vitro. De acordo com ele, as pacientes podem "acordar e imaginar coisas".

Segundo sua defesa, o médico nunca fica sozinho com suas pacientes na clínica, estando sempre acompanhado por uma enfermeira.