A Ordem dos Advogados do Brasil – seccional de Mato Grosso (OAB-MT) enviou ao secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, um pedido para a designação de um delegado especial a fim de investigar o assassinato do advogado João Ricardo de Campos Belluf, de 45 anos, ocorrido nesta terça-feira (29). De acordo com Mauricio Aude, vice-presidente da OAB-MT, o pedido visa dar agilidade às investigações e esclarecer o mais rápido possível se o crime foi em decorrência de um assalto comum ou se é relacionado à prática da profissão.
De acordo com Aude, também foi solicitado que a Ordem seja intimada em todos os autos do inquérito. A OAB-MT quer acompanhar todos os depoimentos e minúcias da averiguação. O vice-presidente considera que as circunstâncias em que ocorreu o crime se deram de maneira estranha. As informações recebidas do delegado André Renato Gonçalves sugerem que as investigações sejam aprofundadas.
“O que queremos, assim como defendemos em qualquer situação em que há crime de pistolagem, é que seja devidamente esclarecida a situação” – disse Aude, que encaminhou no começo da tarde de terça-feira (29) o pedido de designação do delegado.
João Ricardo foi assassinado quando saía de casa em seu veículo, no bairro Jardim Guanabara, no início da manhã de terça. Segundo testemunhas, dois homens em uma motocicleta dispararam tiros contra o veículo. Uma das balas atingiu o advogado nas costas. O agressor se aproveitou do fato de a vítima não ter sequer fechado os vidros do carro. A execução aconteceu por volta das 6h30. Em movimento, o carro acabou desgovernado e bateu em um muro, causando forte impacto.
“É lamentável que esse tipo de situação esteja colocando a sociedade em pânico. A morte de João Ricardo é emblemática e revela uma rotina dos bandidos: com capacete, de motos, tiram vida das pessoas quase todos os dias. É preciso que essa situação mude. Precisamos discutir como conter a pistolagem, que vê suas atitudes facilitadas por esses métodos” – observou o vice-presidente da OAB.
O vice-presidente da Ordem disse ter ido ao velório da vítima, acompanhado de um representante da Caixa dos Advogados e afirmou que a autarquia dará o apoio que cabe a família de João Ricardo Belluf. Aude também esclareceu que não conhecia o advogado antes do crime. Segundo ele, o advogado morto era funcionário da UFMT, trabalhando “mais internamente” e tinha poucos processos.
Leia também: Advogado é assassinado a tiros ao sair de casa na manhã desta terça
