A Ford Motor registrou alta de 33% nas vendas de automóveis nos Estados Unidos em dezembro. A alta encerra um ano marcado pelo colapso de GM e Chrysler e em que a China superou os EUA como maior mercado de carros do mundo.

O salto nas vendas da Ford foi além do esperado por analistas e motivou uma valorização expressiva das ações da montadora. Os papéis da empresa disparavam quase 9% pouco antes das 17h (horário de Brasília), sendo negociadas acima dos US$ 11 em seu maior nível desde agosto de 2005.

A ação da Ford já subiu 55% em um rali que vem ocorrendo desde o começo de novembro e seu valor aumentou em mais de quatro vezes ao longo do último ano. "O plano da Ford está funcionando", disse o chefe de vendas da montadora nos EUA, Ken Czubay, em comunicado.

Outras montadoras passaram longe de atingir os níveis de crescimento da Ford. A Nissan Motor teve alta de 18% nas vendas em dezembro, ao passo que as vendas da Chrysler caíram 4%.

A expectativa é que a General Motors reporte uma queda de quase 9% nas vendas nos EUA no último mês do ano. Já no acumulado de janeiro a dezembro a queda deve chegar a 30%.

Apesar da melhora do mercado norte-americano de veículos no final do ano, as vendas de automóveis no país no acumulado de 2009 devem ter registrado sua maior queda desde a Segunda Guerra Mundial.

A expectativa é de que o número total de vendas de veículos nos EUA para o ano cheio fique um pouco acima de 10,3 milhões de veículos, ou 40% a menos que os números registrados pela indústria no começo da década dos anos 2000.

Em uma inversão histórica, as vendas de veículos na China saltaram em 2009, superando as vistas nos EUA e consolidando o mercado chinês como o maior consumidor de carros do mundo.

O dado oficial das vendas na China em 2009 deve ser divulgado no fim da semana. Analistas esperam um crescimento de 44% sobre 2008, para 13,5 milhões de unidades.

Nos EUA, as grandes montadoras apostam numa retomada gradual e constante no mercado para este ano e o próximo, e estabeleceram metas mais altas de produção para recompor os estoques neste trimestre.

A previsão média é de que as vendas de automóveis nos EUA fiquem acima da taxa anualizada de 11 milhões de unidades em dezembro.

Se a estimativa for confirmada, sinalizaria o melhor mês de vendas nos EUA em 2009 depois de julho e agosto, quando um programa de incentivo de compra de carros do governo norte-americano impulsionou a procura por veículos novos.

A crise econômica global do final de 2008 fez com que GM e Chrysler recorressem à lei de falências norte-americana, para evitar a quebra das companhias.

O processo de proteção contra falência fez com que a GM acabasse deixando uma fatia de 60% da empresa nas mãos do Tesouro norte-americano. A Chrysler mudou de controlador e agora pertence à montadora italiana Fiat.