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Domingo, 28 de abril de 2024

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Eu achei que ia morrer’, diz estudante que sobreviveu a deslizamento

Menos de uma semana após o deslizamento de terra que matou dezenas de pessoas na Ilha Grande, a estudante de engenharia de produção Natasha Marcondes, que sobreviveu à tragédia, falou sobre o acidente nesta segunda-feira (4) em entrevista exclusiva ao Jornal da Globo. Ela estava com a amiga e estudante de arquitetura Yumi Faraci, que morreu soterrada, na noite de réveillon. 


Natasha conversou com a repórter Sandra Passarinho, no Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Segundo ela, os pais de Yumi e donos da pousada Sankay ajudaram no resgate às vítimas. A estudante contou que ouviu gritos quando ainda estava debaixo de toneladas de lama e entulho, e que pensou que não escaparia.

“Eu achei que era só um trovão, assim, nada demais. Na hora que estava acontecendo eu falei: ‘Cara, o que é isso? Eu estou sonhando? Não é possível que isso esteja acontecendo aqui’, sei lá”, contou a jovem.

Segundo a estudante, ela não conseguiu falar com a amiga após o deslizamento. “Alguns dos amigos que estavam lá da Yumi foram lá tentar me ajudar, outras pessoas também, lá do Bananal mesmo. Quando tio Geraldo estava me socorrendo ele chamava pela Yumi. Comecei a ficar meio nervosa e o menino que estava segurando a minha mão começou a tremer, fiquei bastante aflita”.

“Só via a parede na minha frente e eu não conseguia mexer muito o pescoço, só via o meu braço que ficou de fora e o pé do tio Geraldo. Na verdade, eu achei até que ia morrer na hora, apertou tanto que parecia que eu ia sumir. Aí, depois, eu falei: ‘Não, tá, agora você está aqui, agora, você não morre mais’, mas foi uma aflição, porque ninguém escutava a Yumi, mas ainda tinha esperança de acharem ela, de repente, não dava para ela gritar, alguma coisa assim, mas sempre tive a esperança de acharem”, completou a jovem.

Esperança

Natasha contou que sempre teve esperanças de que encontrassem a amiga ainda viva. “Foram me informando, diziam: ‘A gente ainda não achou o corpo dela, ninguém achou...’, mas sempre fiquei pensando ‘Yumi, se você estiver aí, aguenta firme que você vai conseguir. O pessoal está chegando’. Na verdade, eu ainda não acreditei, sabe? Às vezes, quando eu olho umas fotos dela, eu penso: ‘'Caraca', nunca mais vou ver, nunca mais vou rir com ela’, assim, é muito triste, é uma pessoa muito querida que eu gostava muito...”.

“Você pensa um monte de coisas, nossa, um segundo a mais ou a menos, se eu tivesse já dormindo, talvez, eu não estivesse aqui. Você pensa em várias coisas, reavalia toda a sua vida. Ao mesmo tempo que eu me sinto muito feliz por estar aqui, eu me sinto muito triste por ter perdido uma grande amiga”, completou a estudante.

Natasha contou que sempre vai se lembrar da amiga. “Quando eu olho uns vídeos dela tocando, cantando [...] umas fotos também de quando a gente estava juntas”, lembrou a estudante, emocionada.
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