Os lavoureiros das regiões Sul do Estado têm acelerado a colheita da soja nos dias que fazem sol. A preocupação é que os grãos, prontos no campo, sejam afetados pela chuva. O superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Seneri Paludo, disse, ao Canal Rural, que o produtor teme prejuízos por causa da umidade.

“Uma das preocupações com o excesso de chuva é com a alta taxa de ‘grãos ardidos’ que a chuva pode ocasionar. Isso é prejudicial ao produtor, já que diminui a qualidade do produto”.

Boa parte dos plantadores da região Sul de Mato Grosso apostou na soja “superprecoce”, que nas primeiras semanas de janeiro já estão aptas a serem colhidas. Com isso, as máquinas já estão no campo coletando os grãos.

Na avaliação de Paludo, a soja precoce auxilia o agricultor em duas situações.  “Acelerando o plantio e colhendo a safra antes, o sojicultor foge da sazonalidade de oferta dessa produção nos meses de fevereiro e março, quando os preços estão mais baixos. E com a superprecoce, ainda existe muito tempo hábil para fazer a segunda safra de milho”.

Conforme o superintendente do Imea, a expectativa é que Mato Grosso colha, em janeiro, 4 milhões de toneladas de sojaprecoce. “Esse volume é bem superior ao do ano passado, quando foram 2,7 milhões de toneladas”.

Todavia, não são todas as regiões do Estado que terão sucesso com a lavoura precoce. Na região Oeste, por exemplo, em algumas lavouras houve períodos de até 15 dias de estiagem na fase em que a planta estava em desenvolvimento, o que está se refletindo na produtividade.

“Com estiagem, a lavoura não fecha direito e a produtividade dessa modalidade de soja cai. Mas de maneira geral, a soja precoce em Mato Grosso ficou muito bonita e com produtividade muito boa”, concluiu Sereni.