Centenas de pessoas saquearam hoje no centro de Porto Príncipe uma área repleta de armazéns comerciais arrasados pelo terremoto de terça-feira.
Os saqueadores levaram sacos de arroz, legumes, alimentos secos e tudo o que encontraram de interesse.
Diante da presença de membros da ONU e da Polícia, que não intervieram em nenhum momento, a multidão se limitava a esperar que os agentes passassem para voltar a se embrenhar entre os escombros e retirar os produtos armazenados ainda aproveitáveis.
Pelo menos cinco pessoas foram até a Polícia para denunciar que grupos de assaltantes, alguns armados com paus, tinham roubado seus pertences aproveitando a confusão do momento.
O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de Brasília da terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de "centenas de milhares" de mortos.
O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Minustah, a missão de paz da ONU no Haiti, morreram em consequência do terremoto.
A brasileira Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, também morreu no tremor.
Diferente dos dados do Exército, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, aumentou hoje o número de mortos para 17 - considerando as mortes de Luiz Carlos da Costa, funcionário da ONU, e de outro brasileiro que não identificou -, segundo informações da "Agência Brasil".