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Domingo, 28 de abril de 2024

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Defesa diz que cemitério de Porto Príncipe respeitará crença vodu

O Ministério da Defesa defendeu neste domingo, em nota à imprensa, o plano do governo brasileiro para a criação de um cemitério em Porto Príncipe para acelerar o enterro das vítimas do terremoto que devastou o Haiti na última terça-feira.


O Ministério da Defesa brasileiro propôs ao Haiti na noite de quarta-feira que fosse o cemitério. Este era um dos pontos do plano de prioridades que os brasileiros montaram para enfrentar os problemas causados pelo tremor.

Porém, a medida causou, segundo o Ministério, "informações equivocadas (...) em relação ao enterro de haitianos", principalmente se seria contemplada na medida as tradições vodu, crença religiosa comum no Haiti.

"A proposta feita pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, ao governo do Haiti na última quarta-feira, contemplava o pleno respeito das tradições religiosas no enterro das vítimas do terremoto", diz a nota.

Pela tradição vodu, os rituais fúnebres são longos, e pessoas que não são da família não podem carregar o corpo.

"Jobim propôs que, para auxiliar as autoridades locais responsáveis pelos sepultamentos, fosse oferecida às famílias praticantes do vodu uma cova em um cemitério que seria construído pela Engenharia do Exército, para onde os corpos poderiam ser transportados pelos próprios familiares, conforme sua tradição, e onde poderiam ser realizados os rituais fúnebres", diz a nota. "Com essa solução, atingia-se o objetivo de apressar a retirada dos cadáveres das ruas, mas mantendo-se o pleno respeito à religiosidade do povo haitiano."

A Defesa ainda ressaltou que só seriam enterrados em vala comum os corpos abandonados pelas famílias, "sempre de acordo com as normas das autoridades locais".

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.

Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.

Mais de 25 mil corpos de vítimas já foram enterrados, declarou neste sábado o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive. "Vinte mil corpos foram oficialmente retirados pelo Estado, sem contar aqueles retirados pela Minustah [missão de paz da ONU no Haiti], pelas ONGs e pelos voluntários, que somam por volta de 5.000 a 6.000", declarou.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, 17 brasileiros morreram no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado.

Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil nesta sexta-feira, e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.

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