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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Abbas não negocia com Israel antes do fim das construções

A Autoridade Nacional Palestina (ANP) reiterou nesta sexta diante do enviado dos Estados Unidos para o Oriente Médio, George Mitchell, sua exigência de que Israel pare as construções nos assentamentos antes de retomar as negociações de paz.


A afirmação do presidente palestino, Mahmoud Abbas, foi feita durante reunião hoje em Ramala com Mitchell, quando pediu para que não sejam impostas condições ao diálogo.

"As negociações não podem ser reiniciadas sem o congelamento da construção", respondeu Abbas a seu interlocutor segundo o negociador-chefe palestino Saeb Erekat.

Em entrevista coletiva depois do encontro, o negociador explicou aos jornalistas que a "conversa girou em torno da necessidade de congelar os assentamentos para que as negociações sejam retomadas" e que é o primeiro-ministro israelense, Benjamim Netanyahu "quem está impondo condições" aos esforços de Washington.

"Nós palestinos trabalhamos para concretizar a visão do presidente Barack Obama, mas a Administração deve pressionar Israel para que cumpra a exigência de parar a expansão nas colônias", declarou.

A condição de não construir nos assentamentos foi imposta pelos palestinos depois que o direitista Benjamin Netanyahu formasse Governo em Israel em março do ano passado.

Por pressões dos Estados Unidos e da União Europeia, Israel declarou uma moratória de dez meses, mas excluiu milhares de imóveis que já estavam em construção e deixou de fora Jerusalém Oriental, o que para a ANP invalidou a medida.

"Abbas quer que os esforços dos Estados Unidos para retomar as negociações alcancem êxito, mas este deve ter com base os princípios do processo de paz e entre estes o Mapa de Caminho", acrescentou Erekat.

Esse plano descreve claramente, entre as primeiras medidas para reconstruir a confiança entre as partes, que Israel interrompa as atividades expansionistas no território ocupado desde 1967.

"Abbas reiterou na reunião que enquando Netanyahu continuar com os assentamentos, excluir Jerusalém Oriental (da moratória) e insistir em não retomar as negociações do ponto em que foram paralisadas e não negociar sobre Jerusalém Oriental é ele quem impõe condições", disse Erekat.

A ANP também voltou a responder hoje ao primeiro-ministro israelense sobre sua nova exigência que em um eventual acordo de paz, forças militares de Israel fiquem no vale do Jordão, na fronteira oriental do futuro Estado palestino.

"Isso deixaria sob a autoridade de Israel 28% do território da Cisjordânia", indicou Erekat ao descartar a reivindicação.

Mitchell visitou hoje Ramala após uma rodada de diálogo ontem, quinta-feira, com as autoridades israelenses, em um ambiente de desânimo generalizado pelo bloqueio no processo de paz e pela falta de perspectivas que possa ser reativado nos próximos meses.

Com relação às declarações ontem de Barack Obama à revista Times, nas quais reconhece que "superestimou" sua capacidade de persuadir ambas as partes a retornarem à mesa de negociações, uniu-se o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Durante um discurso em reunião do Comitê das Nações Unidas sobre o ano dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino, Ban reconheceu que "diante da ausência de negociações, a confiança entre as partes diminuiu".

"As tensões aumentaram em Jerusalém Oriental. O povo em Gaza e no sul de Israel continua sendo vítima de violência", advertiu o principal responsável da ONU, quem opinou que "se não houver avanço em breve no processo político corre-se o risco de retrocesso".

Mitchell disse a Abbas que, apesar da frustração dos últimos meses, Washington está "comprometido" com os esforços internacionais para conseguir o reatamento do processo e com a visão de dois Estados para dois povos, um palestino e outro israelense.
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