Pela primeira vez regulamentada pela lei eleitoral, as campanhas na internet prometem ser mais um campo de batalha entre os candidatos nas eleições deste ano. Para isso, os principais pré-candidatos à Presidência – Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV) – correm para “se armar” e adotar a melhor estratégia na briga pelos votos dos internautas.
Além dos habituais sites dos candidatos, os partidos tentam aproveitar o fenômeno das redes sociais e a participação dos apoiadores – conceito da web 2.0. No PSDB, por exemplo, a colaboração dos simpatizantes é observada desde já. Ainda sem um site oficial, Serra tem ao menos cinco endereços que remetem a sua campanha.
Responsável pela estratégia online do tucano, o coordenador de comunicação digital do PSDB, Sérgio Caruso, diz que a ideia é descentralizar a mobilização pró-Serra.
- A estratégia é baseada no voluntariado, em ter pessoas de verdade, no espírito da internet.
Dilma
Comandada por seu estrategista de comunicação, deputado federal André Vargas (PR), o PT decidiu contratar alguns dos mais respeitados profissionais do ramo para abrasileirar o modelo americano de campanha pela internet.
A legenda contratou a Pepper Comunicação, que trouxe para a campanha um dos ativistas mais conhecidos da internet brasileira: Marcelo Branco, ex-diretor da Campus Party, espécie de acampamento nerd que acontece todo ano em São Paulo.
Partidos se preparam para onda de ataques
Para ter certeza de que a campanha inspirada em Obama vai dar certo, o PT contratou dois americanos: Scott Goodstein, um dos responsáveis pela bem sucedida estratégia de marketing digital do atual presidente, e Ben Self, fundador da Blue State Digital, empresa que conseguiu arrecadar cerca de US$ 500 milhões (R$ 890 milhões) pela web para a campanha do presidente dos Estados Unidos.
A estratégia ambiciosa do PT é resumida por Branco:
- O principal não é só a campanha falar com a militância, mas a militância também poder fazer sugestões. Queremos que os internautas ajudem na construção da campanha. Queremos que as iniciativas de conteúdos e estratégias colocadas individualmente possam se manifestar.
Marina
Com uma campanha mais modesta que os outros dois adversários, a “verde” Marina vê na internet o principal trunfo para convencer os eleitores de que é a “via alternativa” nestas eleições.
A estratégia da ex-ministra do Meio Ambiente para isso inclui um perfil no Twitter criado em fevereiro deste ano. Quem vai coordenar a equipe de campanha online de Marina é o jornalista Caio Túlio Costa, professor e consultor de novas mídias. Também participa da estratégia digital João Ramirez, um dos idealizadores da rede social brasileira Migux, além de outros dez profissionais.