A Delegacia Fazendária vai investigar se houve enriquecimento ilícito dos investigados na Operação Carta Marcada, dentre eles, o deputado Gilmar Fabris (PSD) e a esposa dele Anglisey Battini Volcov.

O que chamou a atenção da polícia foi o valor patrimonial do casal, que possui uma propriedade avaliada em R$ 15 milhões na cidade de Sertãozinho, no interior de São Paulo. A chácara está em nome da esposa do parlamentar.

Para o advogado de Fabris, Paulo Budóia, não há crime no fato de ela possuir um imóvel milionário e ressaltou ainda que a polícia não poderia realizar uma investigação de variação de patrimônio dentro do mesmo inquérito.

A casa foi mostrada em reportagem pela TV Centro América que teve acesso ao interior do imóvel, onde também está sendo construída uma área de engorda para gado em confinamento, com capacidade para 1.200 cabeças.

A reportagem da TVCA revelou ainda que a esposa do deputado já trabalhou no escritório do advogado Oscimar Carneiro de Campos, preso na operação, e negociou cartas de crédito na época. Ela repassou 36 cartas para a empresa Agrenco do Brasil no valor de R$ 9 milhões. A empresa iria usá-las para quitar parte dos débitos tributários com o Estado. Só que a Agrenco pagou apenas duas parcelas e Anglisey recolheu os papéis.

De acordo com a apuração da Auditoria Geral do Estado (AGE) o esquema teria causado danos de R$ 253 milhões aos cofres públicos. Isso porque, de acordo com o auditor, José Alves, os cálculos foram levando em conta períodos cheios para servidores que não mais estavam na administração.

O advogado de Fabris, porém, contestou a auditoria do Estado e disse que a metodologia usada pelo auditor está errada.