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Domingo, 05 de maio de 2024

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'Cartas Marcadas'

Polícia interceptou nove conversas Fabris ao telefone em investigação

Foto: Arquivo

Dentre as ligações, estão conversas de Fabris com o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda (PMDB) e o deputado licenciado José Domingos (PSD)

Dentre as ligações, estão conversas de Fabris com o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda (PMDB) e o deputado licenciado José Domingos (PSD)

Pelo menos nove conversas telefônicas interceptadas pela polícia basearam o pedido de mandado de busca e apreensão contra o deputado estadual Gilmar Fabris (PSD) e serviram para as investigações da operação ‘Cartas Marcadas’. Dentre as ligações, estão conversas dele com o secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda (PMDB) e o deputado licenciado José Domingos (PSD).


Além destes, Fabris teve conversas interceptadas com o ex-presidente do sindicato dos agentes de administração fazendária (AAF), João Vicente Picorelli, seu concunhado, o advogado Ocimar Carneiro de Campos, seu funcionário conhecido como “Luizinho” e o economista Antônio Leite de Barros Neto, contratado pelo sindicato dos AAF para realizar cálculos das cartas de crédito a que os servidores têm direito.

Picorelli, Ocimar e Antônio foram presos temporariamente pela operação ‘Cartas Marcadas’ no início do mês. Muitos dos trechos das conversas interceptadas com eles e com Luiz não parecem dizer respeito ao caso das cartas de crédito.

Outros trechos, por sua vez, simplesmente sugerem o poder de influência de Fabris, como nas conversas com Lacerda e José Domingos.

Com o secretário da Casa Civil, o principal ponto da conversa no dia 03 de novembro foi a informação requerida pelo parlamentar a respeito de como estava o cálculo da Auditoria-Geral do Estado (AGE) sobre as cartas de crédito que os AAF deveriam receber.

Segundo os números do sindicato dos servidores, o valor seria de R$ 480 mil, após ceder cerca de 65% do valor total no acordo com o Estado em 2008. Porém, a AGE – que já estava trabalhando desde julho no estudo das cartas a pedido do próprio governador – tendia para concluir o valor em cerca de R$ 142 milhões.

Fabris perguntou a Lacerda se a AGE continuava propensa a fechar esse mesmo valor. Com a resposta positiva de Lacerda, Fabris exclamou estarrecido: “Ué, mas ele tá doido?!”, referindo-se ao titular da AGE, José Alves Pereira, que comandou a comissão de auditores.

Mais cedo, mas no mesmo dia em que falou com Lacerda, Fabris conversara por telefone com o deputado licenciado e secretário de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) José Domingos, que solicitava a intercessão de Fabris  junto ao titular da Secretaria de Fazenda, Edmilson José dos Santos, a fim de que fossem liberados R$ 2 milhões.

Diante do bloqueio orçamentário, Domingos precisava da verba para honrar convênios com prefeituras e declarou: “... eu queria que você desse uma batidinha no Edmilson”. Fabris assegurou que o atenderia. “Eu já vou bater nele, e outra coisa você já pode considerar liberado, segunda eu tô com o Sinval [sic], eu faço liberar”.

Os trechos transcritos e divulgados das interceptações telefônicas até o momento foram disponibilizados apenas pela defesa de Fabris, não pela polícia. Segundo a defesa, o conteúdo das conversas em nada compromete o parlamentar.
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