A Justiça decretou o bloqueio de bens do ex-presidente do Sindicato dos Agentes de Administração Fazendária (SAAF) João Vicente Picorelli, um dos alvos de mandados de prisão da operação Cartas Marcadas, deflagrada em dezembro. Há cerca de quinze dias, Picorelli ficou impedido de receber salário e de realizar transações financeiras devido ao bloqueio de sua conta-salário, informou seu advogado, Carlos Frederick.

O problema encontrado pela defesa de Picorelli é a falta de informações sobre o que motivou o decreto de bloqueio de bens tanto tempo após a deflagração da operação. Frederick relatou que não teve acesso à fundamentação do bloqueio no processo, mas já entrou com um recurso contra.

“O João Vicente tá tranquilo. Tem certeza de que não cometeu qualquer arbitrariedade quando presidiu o sindicato”, declarou o advogado, que também defende outros dois investigados na operação (o servidor Enildo Martins e o advogado Enelson Alessandro Nonato), os quais inclusive tiveram mandados de prisão contra si mas sem bloqueio de contas posterior.

A operação Cartas Marcadas foi deflagrada pela Delegacia Fazendária (Defaz) após investigações de fraudes na emissão de cartas de crédito a título de indenização aos Agentes de Administração Fazendária (AAF), que, após anos de processo judicial, conquistaram a equiparação em seus vencimentos com as carreiras do Grupo TAF, da Secretaria de Fazenda (Sefaz).

Picorelli foi alvo de mandado de prisão porque atuou como presidente do sindicato dos AAF no período da negociação pela equiparação salarial. Ele mesmo se apresentou à polícia. A expectativa da defesa é que a partir de hoje a Justiça se posicione sobre o pedido de desbloqueio dos bens.