Inconformada com liberação de Adônis José Negri, 61, responsável pela morte de seu filho, a mãe do menino Rhayron Christian diz temer por sua segurança e de sua família, que ainda mora na mesma região que o acusado. O comerciante foi preso no dia 1 de setembro, depois de envenenar uma bebida achocolatada consumida pela criança, e liberado na quinta-feira (6), do Centro de Custódia da Capital (CCC).
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Olhar Direto a mulher explica que se mudou da residência onde o filho morreu, no Jardim Cuiabá, mas que ainda vive com o marido e a filha na mesma região. “Não estou nem saindo de casa porque tenho medo de encontrá-lo, não sei como vai ser minha reação. Depois do que ele fez isso, tudo de ruim aconteceu. Também não duvido que ele faça algo contra nós. Se foi capaz de tirar a vida de uma criança, que é indefesa no mundo, ela vai pensar duas vezes na minha?”
A decisão que colocou Adônis em liberdade é do juiz da 14ª Vara Criminal, Jurandir Florêncio Castilho Júnior, que considerou que o criminoso não preenche aos requisitos exigidos para a manutenção da prisão preventiva. “Fiquei muito triste porque achei que a justiça não fosse soltar ele, pela forma como foi tirada a vida do meu filho. Eu fui lá, conversei com o juiz, pedi pra ele não ser solto. Ele me disse que se não tivesse elementos pra isso, não poderia manter a prisão.”
O acusado responde por homicídio qualificado, pela morte da criança, e tentativa de homicídio qualificado, pelo caso de Alan José, um amigo da família que também consumiu a bebida e foi hospitalizado. Por riscos á sua integridade física ele havia sido transferido do Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), para o Centro de Custódia da Capital (CCC).
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Dani também afirma ainda ter esperança que a justiça seja feita e que o Adônis seja sentenciado pelo crime e reforça que jamais o perdoará por sua atitude. “Eu ainda acredito que vai ser punido, porque nossa advogada via brigar por isso. Ainda não conseguimos nos recuperar, ainda não estou trabalhando, estou sem chão. Não estou nem saindo na rua, só fico em casa deitada. Até comecei a sair, mas depois que ele foi solto, não consegui mais. Pra mim ele é uma pessoa super perigosa.”
Com relação ao outro envolvido no caso, Deuel Soares, 27, que continua preso, Dani diz acreditar que não houve intenção do homem em fazer mal a sua família. Advogada responsável pelo caso, Nadeska Camon, informou que aguardará um posicionamento da promotoria para que possa entrar com um recurso contra a soltura de Adônis.
O Crime
O crime foi motivado por uma vingança contra Deuel Soares, 27, que frequentemente roubava a casa de Adônis. Assim, o idoso inseriu veneno nos recipientes da bebida depois de perceber que o ladrão tinha uma predileção por ela. Após realizar o furto das caixas, no entanto, o assaltante revendeu o material para o pai criança, que ofertou a bebida à ela sem saber o que se passava.
Os laudos da Perícia Oficial de Identificação Técnica (Politec), mostraram que ele usou uma agulha para injetar a substância Carbofurano no achocolatado consumidas por Rhayron. Além do menino, que morreu duas horas após ingerir o alimento, um amigo da família identificado como Alan José, de 31 anos, também foi internado após o consumo. O acusado aproveitou as dobraduras da caixa para que o furo não fosse percebido.
O laudo toxicológico da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) também reveou que o veneno tem o mesmo princípio ativo encontrado em pesticidas utilizados para controle de pragas em lavouras, e comumente aplicado como veneno de rato. De acordo com o perito responsável pelas análises, Diego Viana Andrade, para injetar a substância nas cinco caixas de bebida o idoso teria usado uma seringa, ou instrumento do tipo.
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